Jihad Islâmico dispara foguete contra Israel em meio a cessar-fogo e alega erro técnico

Líder de grupo fundamentalista e premiê israelense já haviam advertido que revidariam caso outro lado não cumprisse acordo

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Jerusalém e Gaza | Reuters

O cessar-fogo entre Israel e o grupo palestino Jihad Islâmico, assinado no sábado (13), não durou nem 24 horas. Neste domingo, militantes da Faixa de Gaza dispararam um foguete contra o sul de Israel. Segundo grupos palestinos, o disparo foi um erro técnico.

Tel Aviv não quis saber. Pouco depois, explosões foram ouvidas no norte de Gaza e os palestinos relataram que um posto de militantes foi atingido por Israel. Nenhum ferimento foi relatado em nenhum dos lados, e o governo israelense não comentou os incidentes.

Palestinos correm para se proteger de bombas de gás lacrimogêneo disparadas por forças militares israelenses na cidade de Nablus, na Cisjordânia - Ayman Nobani/Xinhua

O alívio de palestinos e israelenses durou apenas 20 horas. Ao menos nesse período, a vida em ambos os lados parecia ter voltado à normalidade depois de cinco dias de combates que mataram 34 palestinos e um israelense.

Logo pela manhã, Israel reabriu suas fronteiras com Gaza para trocas comerciais, permitindo que o combustível flua para a única usina do enclave. Paralelamente, lojas e repartições públicas reabriram, e as multidões voltaram às ruas, que estavam desertas há dias.

O combate mais recente entre israelenses e palestinos, o mais longo desde uma guerra de dez dias em 2021, começou quando Israel lançou uma série de ataques aéreos na madrugada de terça-feira (9), anunciando que tinha como alvo comandantes da Jihad Islâmica. Segundo Tel Aviv, eles planejavam ataques contra o país.

Em resposta, o grupo apoiado pelo Irã disparou mais de mil foguetes, fazendo com que os israelenses fugissem para abrigos antiaéreos. No sul de Israel, ao redor de Gaza, as escolas ainda estavam fechadas no domingo e muitos dos milhares de moradores que haviam sido retirados de casa ainda não haviam retornado.

Mohammad Al-Hindi, autoridade da Jihad Islâmica que negociou o cessar-fogo disse em um comunicado no domingo que o grupo estava preparado para interromper seus lançamentos de foguetes em troca de Israel, segundo ele, parar de atacar casas, civis, e líderes militantes –Tel Aviv nega que tenha atingido os os dois primeiros. "Estamos comprometidos com o acordo calmo, desde que o inimigo o cumpra", disse Al-Hindi.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, seguiu a mesma linha: "Quem nos atacar, quem tentar nos atacar, quem tentar nos atacar no futuro [terá] seu sangue perdido", disse em sua reunião semanal de gabinete em Jerusalém.

Antes, o premiê israelense disse em comentários televisionados que as forças israelenses "concluíram com sucesso cinco dias de luta contra o grupo terrorista Jihad Islâmica". Ele não mencionou o acordo de cessar-fogo na transmissão.

Ecoando a preocupação global com a violência em Gaza, o papa Francisco expressou esperança em seu sermão de domingo e desejou "que as armas se calem, porque com armas nunca se alcançará segurança e estabilidade. Pelo contrário: até mesmo qualquer esperança de paz continuará a ser destruída".

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