Lula diz que busca pela paz não pode ser exclusividade de países desenvolvidos

Presidente também afirma que seria insuficiente 'repetir receitas do passado' na relação com africanos

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (25) que as prerrogativas e as iniciativas para alcançar a paz entre os países não podem ser exclusivas de países desenvolvidos.

"Existem exemplos de mediação bem-sucedidos na África e na América Latina. Há espaço, nas diversas regiões do mundo, para iniciativas que complementem os esforços da ONU", afirmou o presidente.

A fala acontece dias após ele retornar da cúpula do G7, no Japão, durante a qual a comunidade internacional colocou em xeque os esforços do petista para solucionar o conflito entre Rússia e Ucrânia —uma tentativa de encontro de Lula com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, acabou fracassando.

Lula durante reunião no Planalto com representantes do setor automotivo - Pedro Ladeira/Folhapress

Nesta quinta, Lula participou de almoço no Palácio do Itamaraty, em comemoração ao Dia Mundial da África. Participaram ministros do governo e representantes diplomáticos de países do continente.

O líder brasileiro também voltou a criticar o Conselho de Segurança da ONU, dizendo que o órgão "vem perdendo legitimidade", e pediu outra vez mudanças na composição do colegiado. "Nossas regiões têm forte interesse na reforma da governança global. As instituições atuais refletem um mundo de oito décadas atrás. O Conselho de Segurança da ONU tem perdido legitimidade", afirmou o presidente. "É preocupante que ele se pronuncie cada vez mais sobre assuntos que dizem respeito a todos, como clima e saúde, sem que grande parte do mundo esteja devidamente representada na sua composição."

Lula acrescentou ainda que tem lutado para que países em desenvolvimento tenham assento permanente no órgão, incluindo nações africanas, e ressaltou durante o almoço a ligação do Brasil com a África, lembrando que esteve 12 vezes no continente em seus dois primeiros mandatos, visitando 23 países.

O petista, no entanto, afirmou que a África "não é mais a mesma" e que seu dinamismo exige que o Brasil atualize sua política para o continente. Assim, acrescentou, seria "insuficiente repetir receitas do passado" nas relações com os africanos. "O mundo de hoje, contudo, não é mais o mesmo de 13 anos arás, quando concluí meu segundo mandato. A África não é mais a mesma. Seu dinamismo exige que o Brasil atualize sua política para o continente. Seria insuficiente simplesmente repetir receitas do passado."

Por outro lado, citou como possível estratégia a internacionalização de empresas brasileiras, algo que implementou em seus dois primeiros mandatos, e defendeu que o Banco do Brics, bloco que o Brasil integra com China, Rússia, Índia e África do Sul, seja uma fonte de financiamento para países do mundo.

"Queremos que o Banco do Brics se consolide como alternativa de financiamento, e vamos fortalecer nosso engajamento com o Banco Africano de Desenvolvimento", completou.

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