Descrição de chapéu terrorismo África

Grupo ligado ao Estado Islâmico mata ao menos 37 em escola em Uganda

Rebeldes trancaram dormitório da instituição e atearam fogo; outras oito pessoas estão no hospital com ferimentos graves

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Kampala | Reuters e AFP

Militantes ligados ao grupo terrorista Estado Islâmico mataram ao menos 37 pessoas e sequestraram outras seis em um ataque a uma escola no oeste de Uganda, perto da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), de acordo com militares do país africano neste sábado (17).

O número exato de mortes é incerto. A mídia local inicialmente afirmou que o número de vítimas era de 41, cifra depois corrigida pelas autoridades. Mais tarde, Sylvester Mapozi, prefeito de Mpondwe Lhubiriha, onde o ataque ocorreu, disse que "durante a fuga os agressores também assassinaram duas pessoas, uma mulher e um homem, o que elevaria a cifra para 41". Antes, ele havia divulgado 39 óbitos.

Segundo a polícia, outras oito pessoas estão no hospital com ferimentos graves. Os corpos das vítimas foram levados para o necrotério de um hospital em Bwera, uma cidade nas proximidades.

Menino é consolado após ataque a escola em Mpondwe, em Uganda - AFP

Os agressores, do grupo rebelde Forças Democráticas Aliadas (ADF), fugiram em direção ao Parque Nacional de Virunga, na RDC, após incendiarem um dormitório da escola e saquearem alimentos. O Exército pediu reforços e aviões para resgatar os reféns e localizar os esconderijos dos rebeldes.

O ataque ocorreu na noite de sexta (16), na escola secundária Lhubirira. De acordo com Dick Olum, comandante do Exército no oeste do país, os agressores estavam na cidade desde quarta, para estudar o alvo. Um jovem não identificado, disse o militar, chegou a ir à escola para verificar a estrutura do local.

"Os rebeldes trancaram o quarto dos meninos com chave e atearam fogo. O dormitório das meninas não estava trancado, então elas conseguiram correr, mas, na fuga, algumas foram atacadas com facões e outras foram baleadas", disse o general a repórteres. Segundo Olum, alguns dos cadáveres estão tão carbonizados que será necessário realizar exames de DNA para identificá-los.

A ADF começou como um grupo insurgente em Uganda, de uma base inicial nas montanhas Rwenzori, e se estabeleceu no leste da RDC em meados dos anos 1990, quando iniciaram a insurgência contra o ditador ugandês, Yoweri Museveni. Desde então, foi acusada de matar milhares de civis. Em 2019, juraram lealdade ao Estado Islâmico, que apresenta os membros do grupo como um ramo local na África Central.

O ataque deste fim de semana não é o primeiro a uma escola atribuído à ADF. Em 1998, 80 estudantes foram queimados vivos em dormitórios do Instituto Técnico de Kichwamba, e mais de cem alunos foram sequestrados. Em outro ataque, em abril, a ADF atacou uma vila na RDC e matou ao menos 20 pessoas.

Os dois países africanos atingidos pela violência lançaram uma ofensiva conjunta em 2021 para expulsar o grupo de seus territórios —operação que não conseguiu impedir os ataques até agora.

Em uma nova tentativa de desarticular os rebeldes, os Estados Unidos, no início de março, anunciaram a oferta de uma recompensa de até US$ 5 milhões (R$ 24 milhões, na cotação mais recente) por qualquer informação que pudesse levar a seu líder, um ugandense de 40 anos chamado Musa Baluku.

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