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Vaticano quer debater celibato dos padres e direitos LGBTQIA+

Santa Sé abre consulta para que fiéis de todo o mundo opinem sobre temas hoje controversos na Igreja Católica

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O Vaticano publicou nesta terça (20) documento preparatório, como parte de uma consulta global sobre o futuro da Igreja Católica, que aborda questões como o acolhimento a pessoas LGBTQIA+, a relação com os divorciados, a poligamia e o celibato dos padres.

O material de 50 páginas destina-se a ajudar na reflexão para o Sínodo da Sinodalidade, encontro de bispos e leigos de todo o mundo cuja primeira sessão está agendada para outubro, em Roma, e a segunda etapa para um ano depois.

O papa Francisco no Vaticano
O papa Francisco no Vaticano - Tiziana Fabi - 18.jun.23/AFP

O encontro faz parte de uma ampla consulta aos católicos em todos os continentes, convidados por dois anos a expressarem-se sobre a sua visão da igreja e das questões sociais. A iniciativa foi lançada pelo papa Francisco, que deseja tornar o funcionamento da Igreja Católica menos piramidal e mais aberto às opiniões dos fiéis.

"Quais medidas concretas são necessárias para chegar às pessoas que se sentem excluídas da igreja por causa de sua afetividade e sexualidade?", questiona o documento, referindo-se a divorciados que voltaram a casar, casamentos polígamos ou relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo.

O documento aborda também a questão do diaconato feminino, o acesso das mulheres a papeis dentro do ministério eclesial, um debate polêmico dentro da Igreja Católica. Atualmente, o diaconato é reservado aos homens. Outro assunto discutido é a possibilidade de homens casados poderem ser padres em certas regiões do mundo.

Em 2019, bispos de nove países reunidos em Roma para o Sínodo da Amazônia propuseram ao papa a abertura do sacerdócio a certos indígenas casados e pediam o relançamento do debate sobre as diáconas, mas as sugestões não foram aceitas pelo pontífice.

O documento também destaca as "feridas abertas" com os casos de "abuso sexual, abuso de poder e de consciência, abuso econômico e institucional", e apela a uma busca de "medidas concretas" para lidar com esses problemas.

Um sínodo é geralmente seguido pela publicação, pelo papa, de uma "exortação apostólica", documento oficial com recomendações aos fiéis.

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