Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Incêndio em base na Crimeia força retirada de ao menos 2.000 pessoas

Segundo canais russos, estrutura incendiada servia como depósito de munições para Guerra da Ucrânia

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Um incêndio de grandes proporções atingiu nesta quarta (19) uma base militar na Crimeia, território anexado por Moscou em 2014, e forçou a retirada de cerca de 2.000 pessoas que moram nas proximidades, segundo o governo local. O incidente ocorreu dois dias após o segundo ataque desde o começo da Guerra da Ucrânia contra a ponte estratégica que liga a península à região russa de Krasnodar.

Os canais russos Mash e Baza, vinculados ao Kremlin, disseram que várias explosões foram ouvidas na área do campo militar e que a estrutura incendiada servia como um depósito de munições.

Chamas e fumaça emergem de área militar na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014
Chamas e fumaça emergem de área militar na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014 - Reuters

Autoridades russas, porém, não confirmam que munições foram destruídas no incêndio. "O plano é retirar os moradores de quatro assentamentos —mais de 2.000 pessoas", limitou-se a dizer Serguei Aksionov, governador instalado pela Rússia na Crimeia, acrescentando que rodovias tiveram de ser interditadas.

Por razões de segurança, os moradores não poderão voltar para suas casas pelo menos até sexta (21), mas o prazo poderá ser estendido, segundo o presidente do Parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov.

A Ucrânia negou envolvimento no episódio, e as causas do incêndio são desconhecidas. Kirilo Budanov, chefe do serviço de inteligência militar ucraniano, negou os boatos de que as Forças Armadas do país bombardearam o local em um ataque aéreo. "São informações falsas", afirmou.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram as chamas e uma espessa coluna de fumaça preta na região. Testemunhas relataram em canais russos no Telegram que, por volta das 7h30 no horário local (1h30 em Brasília), o incêndio já durava cerca de três horas e ainda não havia sido contido.

A Crimeia é um dos alvos presumidos da contraofensiva ucraniana, que tem dificuldades para avançar. Iniciada em 4 de junho, a ação ainda não rompeu defesas russas nem isolou a península.

Na madrugada de segunda (17), noite de domingo no Brasil, a Ucrânia atacou pela segunda vez desde a invasão promovida por Vladimir Putin a ponte que liga a Crimeia à região de Krasnodar. Um casal que estava em um carro morreu, a filha de 14 anos deles ficou ferida, e o tráfego foi suspenso.

A explosão, provocada por um drone submarino, ocorreu horas antes de os russos deixarem o acordo que permitia a exportação de grãos de Kiev pelo mar Negro. A ponte é o maior símbolo da absorção da Crimeia pelo Kremlin, ocorrida na esteira da derrubada do governo pró-Moscou em Kiev, assim como a guerra civil no leste do país —ambos os incidentes foram precursores da invasão promovida por Putin em 2022.

Também durante a madrugada desta quarta, a Rússia voltou a atacar o porto ucraniano de Odessa. Os militares ucranianos ainda disseram que um ataque de drones contra Kiev foi "repelido com sucesso".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.