National Geographic deixará de circular em bancas a partir de 2024

Tradicional revista fundada há 135 anos seguirá com edição impressa para assinantes e conteúdo digital

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Uma das publicações mais tradicionais do mundo, a revista National Geographic anunciou que vai deixar de distribuir suas revistas nas bancas a partir de 2024 e focar na produção digital. Seus assinantes seguirão, porém, recebendo uma cópia impressa mensal, e edições especiais ainda chegarão a pontos de venda físicos, segundo noticiou a agência Associated Press (AP).

Capa da revista National Geographic de maio de 1962 mostra habitante da Nova Guiné em trajes típicos
Capa da revista National Geographic de maio de 1962 - Reprodução

O anúncio foi feito após a empresa fundada em 1888 ser atingida por uma onda de cortes. Em setembro passado, alguns editores foram demitidos, e nesta semana, redatores entraram na lista de desligamentos.

Craig Welch, redator sênior da revista desde 2014, publicou no Twitter que a edição desta semana seria a última de sua carreira na publicação, e que todos os demais escritores da revista tinham sido demitidos. "Meus colegas e eu tivemos a inacreditável sorte de sermos a última turma de redatores da equipe —certamente o trabalho mais legal que terei e possivelmente um dos mais legais que já existiu", escreveu em uma rede social outra repórter, Nina Strochlic, que trabalhava no veículo desde 2015.

De acordo com a companhia, as vendas nas bancas representam uma parcela pequena da circulação mensal, de aproximadamente 1,8 milhão de exemplares.

A revista com bordas amarelas marcou gerações ao reproduzir imagens que retratavam detalhes de todos os cantos do planeta, destacando-se pela alta qualidade de seus registros.

Uma de suas capas deu origem ao que talvez seja uma das imagens mais famosas do século 20 —a de uma afegã de olhos verdes clicada no Paquistão em 1984. Então aos 12 anos, Sharbat Gula desencadeou uma mobilização internacional em favor de refugiados de guerra depois de ser clicada por Steve McCurry.

Em 2015, A National Geographic Society reorganizou sua operação e vendeu a maior parte das ações para a 21st Century Fox –adquirida pela Disney em março de 2019.

Jornal fundado há 320 anos deixa de ser impresso

Após cobrir dez imperadores, 12 presidentes e duas repúblicas, o jornal estatal austríaco Wiener Zeitung, fundado em 1703 durante o Império Habsburgo, vai deixar de publicar sua edição impressa. O veículo, que sobreviveu a duas guerras mundiais, manterá o site no ar e poderá fazer publicações pontuais em papel "dependendo das verbas disponíveis".

A mudança acontece após a Câmara dos Deputados da Áustria aprovar, na última quinta-feira (29), uma nova legislação sobre meios de comunicação. O texto determinou que o jornal, considerado um dos mais antigos do mundo, deixasse de ser vendido nas bancas no último sábado (1º), segundo a Associação Mundial de Imprensa. Sua tiragem de 20 mil exemplares por dia quase dobrou no fim de semana.

Fundado com o nome de Wiennerisches Diarium e renomeado em 1780, esse jornal foi nacionalizado no século 19 pelo imperador Franz Joseph 1º e atualmente pertence à República da Áustria. Embora mantenha uma parte independente no nível editorial, também atua como Diário Oficial e publica informações sobre empresas austríacas.

A redação denunciou o que considera um projeto "destruidor". "Ninguém sabe qual será o futuro da publicação e se terá um jornalismo rigoroso", afirmou Mathias Ziegler, chefe-adjunto de redação. Quase metade dos 200 funcionários, 40 deles jornalistas, pode ser demitida devido ao fim da publicação impressa, segundo sindicatos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.