Descrição de chapéu YouTube Twitter grammy

Nile Rodgers pede a sigla de ultradireita da Suíça para tirar do ar jingle que lembra 'We Are Family'

Músico diz que ideais do partido não coincidem com aqueles de inclusão e diversidade que canção prega

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O músico americano Nile Rodgers pediu nesta terça-feira (15) ao UDC (Partido do Povo Suíço) que tire do ar um jingle de campanha cujo refrão remete ao de "We Are Family", hit composto por ele e Bernard Edwards e gravado pela banda Sister Sledge em 1979.

Segundo Rodgers, as propostas do partido ultradireitista, que é anti-imigração e eurocético, não estão em consonância com os ideais de "inclusão e diversidade" que a canção busca pregar, "independentemente de raça, etnia, idade, gênero, religião ou orientação sexual".

homens e mulheres em boate dançando
Trecho do videoclipe do jingle do o Partido do Povo Suíço 'Das Isch d'SVP' (em português, isso é o SVP) - YouTube/Reprodução

"O propósito da música é trazer alegria a todos, sem exceções!", escreveu ele em comunicado reproduzido em seu perfil no X, o antigo Twitter, acrescentando que havia acionado as gravadoras responsáveis pelos direitos autorais da composição para impedir que ela continue a circular.

Rodgers foi um dos responsáveis por fazer a dance music funkeada explodir nos anos 1970 e produziu discos de Madonna e de Diana Ross. Ele ainda atuou junto aos Panteras Negras quando jovem e tem uma longa trajetória de ativismo político.

O UDC divulgou um videoclipe de "Das Isch d'SVP" (isso é o Partido do Povo Suíço, em português) no início da semana, em antecipação às eleições parlamentares do país, em outubro. As cenas mostram os membros do partido usando óculos escuros e gravatas que brilham no escuro e dançando em uma boate.

Thomas Matter, integrante da sigla, afirmou ao tabloide local Blick que o jingle é uma composição original, de autoria de um artista chamado DJ Tommy, e negou qualquer semelhança entre as canções. "No pop há um milhão de músicas que soam parecidas, não há nada de surpreendente ou novo nisso", acrescentou.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, porém, na própria terça o videoclipe original foi retirado do YouTube sob a justificativa de que violava direitos autorais. Um remix da mesma canção segue disponível.

Esta não é a primeira vez que um artista pede que sua produção não seja associada a políticos de cujas visões discorda. Em 2016, os Rolling Stones pediram que Donald Trump, então pré-candidato à Presidência dos EUA, parasse de usar suas músicas em atos de campanha. O ex-apresentador de reality shows é fã da banda e na época reproduzia "You Can't Always Get What You Want" em seus comícios.

A lista de quem pediu o mesmo a Trump é longa e inclui Adele, Bruce Springsteen, Neil Young e Rihanna.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.