Primo de atirador que matou 19 crianças nos EUA é preso por dizer que faria o mesmo

Estudante de 17 anos foi acusado de ameaça terrorista e teria tentado comprar fuzil AR-15 no Texas

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Boa Vista

Um primo do atirador do massacre de Uvalde, no Texas (EUA), foi preso nesta segunda (7) em San Antonio, no mesmo estado, após sua mãe relatar à polícia que ele ameaçou "fazer a mesma coisa" que o familiar.

Segundo depoimento da mãe do jovem preso nesta segunda, ele teria tentado comprar um rifle AR-15 e ameaçado dar um tiro na cabeça da irmã, além de repetir o que o parente fez há mais de um ano: seu primo, de 18 anos, entrou na escola Robb, em Uvalde, em maio de 2022, e assassinou a tiros 19 crianças e 2 professores antes de ser morto pela polícia.

Vigília pelas vítimas do massacre de Uvalde, no Texas (EUA), em maio deste ano, quando o ataque completou 1 ano
Vigília pelas vítimas do massacre de Uvalde, no Texas (EUA), em maio deste ano, quando o ataque completou 1 ano - Wu Xiaoling - 25.mai.23/Xinhua

O adolescente negou ter feito as ameaças, de acordo com depoimento obtido pelo jornal americano Washington Post. Ele foi preso sob duas acusações: o crime de ameaça terrorista pública e a contravenção de ameaça terrorista a alguém da família.

A mãe dele teria procurado a polícia após ouvir da filha as ameaças e por estar preocupada com o fato de que a família mora em frente a uma escola de educação primária, mesmo grau da atacada em Uvalde. Ela também mencionou o histórico recente da família como motivo de preocupação.

O massacre de Uvalde foi um dos mais letais ataques a escola nos Estados Unidos, país que tem visto chacinas do tipo com frequência e, como consequência, debate a ausência de controles mais rígidos à compra e ao uso de armas de fogo e a sua cultura armamentista.

Em discurso após o ataque, o presidente Joe Biden voltou a criticar o lobby pró-armas do país e defendeu o controle de acesso a armamentos. "Estou cansado disso", disse, em uma fala de sete minutos, na ocasião. "Por que? Por que estamos dispostos a viver com essa carnificina? Por que continuamos deixando isso acontecer?"

Um ano após o massacre, a população da cidade texana ainda seguia dividida e em busca de respostas para o que ocorreu. Na ocasião, a ação lenta da polícia, que demorou mais de uma hora para confrontar o homem, foi muito criticada por pais de alunos que ligavam para o serviço de emergência da polícia de dentro da escola sitiada e com o atirador ainda dentro.

Em julho do ano passado, um relatório de legisladores do Texas apontou que falhas sistêmicas de dezenas de autoridades e a falta de liderança adequada da polícia local colaboraram para o alto número de mortes no massacre.

Em maio deste ano, familiares das vítimas se reuniam e ainda não haviam entrado em acordo sobre a quem responsabilizar pela ineficácia da ação policial.

"Já vai fazer um ano e, francamente, nada mudou", disse Jesse Rizo, tio de uma das vítimas do massacre, em maio ao conselho escolar. "As pessoas estão implorando que vocês respondam às perguntas. Vocês vieram aqui e praticamente oprimem as pessoas. Elas fazem perguntas, vocês não têm respostas."

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