Descrição de chapéu Rússia

'Quando pedimos apoio aéreo, não era isso', diz Zelenski sobre morte de Prigojin

Presidente ucraniano ironizou queda de avião de líder mercenário russo em meio a pedidos de caças F-16 ao Ocidente

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Boa Vista

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, afirmou nesta quinta-feira (24) que Kiev "não tem nada a ver" com a morte de Ievguêni Prigojin, anunciada pelo Kremlin, mas que a queda do avião que matou o líder mercenário "é uma coisa boa para a Ucrânia".

Em evento no palácio presidencial em Kiev com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, Zelenski aproveitou para falar dos pedidos ao Ocidente para envio jatos F-16 e ironizou a morte do russo. "Quando a Ucrânia apelou aos países do mundo por aviões, não queríamos dizer isso."

Em maio, o Grupo Wagner, liderado por Prigojin, foi o responsável pela tomada de Bakhmut, em batalha que durou meses e é a mais sangrenta do conflito em solo ucraniano até o momento.

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em entrevista coletiva com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em Kiev
Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, em entrevista coletiva com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em Kiev - Roman Pilipey/AFP

O avião de Prigojin —que estava na lista de passageiros— caiu nesta quarta-feira (23), entre Moscou e São Petersbugo, matando 10 pessoas ao todo. Aliados do líder mercenário afirmam que um míssil derrubou a aeronave.

Segundo Patrick Ryder, porta-voz do Pentágono, no entanto, não há indícios de que essa tenha sido a causa da queda. Ele não elaborou a repórteres, mas o fato é que a Otan (aliança militar liderada pelos EUA) monitora qualquer lançamento de míssil em território russo, e têm meios de saber se algum foi lançado, ainda mais em uma região próxima de suas operações no mar Báltico.

O incidente aconteceu exatamente dois meses depois que o líder do Grupo Wagner protagonizou uma rebelião contra a cúpula das Forças Armadas russas e ocupou a cidade de Rostov-do-Don. A turbulência, em meio ao conflito em solo ucraniano, transformou-se na maior crise enfrentada pelo presidente, Vladimir Putin, desde que chegou ao poder, em 1999.

A Ucrânia deixou claro em comunicados de autoridades militares neste mês que havia perdido a esperança de receber caças F-16 ainda neste ano, em meio a sua contraofensiva mais lenta e menos exitosa do que o esperado para retomar território conquistado pela Rússia.

"Já está claro que não seremos capazes de defender a Ucrânia com caças F-16 nos próximos outono e inverno [do Hemisfério Norte]", afirmou o porta-voz da Força Aérea do país, Iurii Ihnat, no último dia 14.

Pouco depois, países ocidentais como Holanda, Dinamarca e Noruega prometeram entregar aviões de combate a Kiev. Forças dinamarquesas anunciaram, na última terça-feira (22), que oito pilotos ucranianos haviam iniciado treinamento no país, além de uma equipe de 65 pessoas responsáveis pela manutenção das aeronaves.

Em entrevista nesta quinta-feira, o general americano Mark Milley disse que a Ucrânia irá receber os jatos "em breve". "Isso está indo adiante. Há um programa de treinamento acontecendo e eles irão receber jatos F-16 em um futuro não tão distante", afirmou.

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