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Evo Morales anuncia candidatura à Presidência da Bolívia em meio a tensões no próprio partido

Ex-presidente, que governou o país de 2006 a 2019, tem trocado farpas com ministros de Luis Arce

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La Paz | AFP

O ex-presidente Evo Morales anunciou neste domingo (24) sua candidatura à Presidência da Bolívia nas eleições de 2025, em meio à crescente tensão com o governo de seu herdeiro político e atual chefe do Executivo boliviano, Luis Arce.

"Decidimos aceitar os pedidos de nossa militância e de tantas irmãs e irmãos [...] para ser candidato à Presidência de nossa querida Bolívia", disse Morales, 63, em suas redes sociais.

Homem indígena boliviano com vestes tradicionais fala ao microfone
O ex-presidenteda Bolívia Evo Morales discursa em Ivirgarzama - Aizar Raldes - 26.mar.23/AFP

O ex-presidente, que liderou a Bolívia de 2006 a 2019, disse ter sido obrigado a anunciar a candidatura devido a ataques feitos pelo atual governo que "atentam fisicamente" contra sua vida.

Morales é o primeiro político boliviano que anuncia a intenção de concorrer à Presidência do país em 2025. Entretanto, seu partido, o governista Movimento ao Socialismo (MAS), tem marcado para a semana que vem um congresso em que será formada a comissão organizadora para as primárias da legenda, em que serão escolhidos, em dezembro ou janeiro, os candidatos à presidência e vice-presidência da sigla.

Morales e a cúpula do partido mantêm trocas de acusações frequentes com ministros do presidente Arce, embora este tenha se mantido distante das disputas.Nos últimos meses, o ex-presidente acusou os ministros de Governo, Eduardo del Castillo, e Justiça, Iván Lima, de liderarem ações políticas contra si e de tentarem envolvê-lo em casos de corrupção.

A disputa tem como pano de fundo a corrida para representar o MAS nas eleições de 2025. O presidente, no poder desde novembro de 2020, disse que o tema da reeleição ainda não está na agenda.

Na Bolívia, há discussões sobre a viabilidade da candidatura de Morales. A Constituição diz que o mandato presidencial é de cinco anos e que pode haver reeleição uma só vez de forma contínua.

Lima, o ministro da Justiça, assinalou que o Tribunal Constitucional deve decidir se apenas pode haver uma única reeleição ou, como interpreta Morales, se é permitido a um ex-chefe de Estado uma nova candidatura após o transcurso de apenas um mandato presidencial.

Em 2019, Morales buscou um novo mandato e chegou a ficar em primeiro lugar nas eleições presidenciais, mas o resultado não foi reconhecido pela oposição e ele acabou se exilando no México.

Quem assumiu o poder interinamente à época foi Jeanine Añez, que dois anos mais tarde foi presa e condenada a dez anos de prisão sob a acusação de organizar um golpe de Estado contra Morales.

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