Descrição de chapéu Partido Republicano

Juiz autoriza Texas a manter barreira anti-imigrantes em rio na fronteira com México

Decisão reverte ordem dada na véspera para retirar estrutura flutuante no Rio Grande

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington | Reuters

Um tribunal de apelações dos Estados Unidos concedeu autorização temporária nesta quinta-feira (7) para que o governo do Texas mantenha uma barreira flutuante no Rio Grande que busca impedir travessias ilegais de imigrantes vindos do México.

Na véspera, um juiz havia ordenado que o governador Greg Abbott removesse as boias equipadas com estruturas cortantes. Em julho, o Departamento de Justiça, que responde ao presidente Joe Biden, processou o Texas argumentando que as boias colocam em perigo os migrantes e prejudicam as operações da Patrulha de Fronteira no rio.

Três homens de colete mexem em bóias esféricas de cor laranja em rio
Trabalhadores fazem manutenção da barreira flutuante instalada pelo governo do Texas no Rio Grande - Suzanne Cordeiro - 23.ago.23/AFP

A decisão inicial constatava que os problemas causados pela barreira, que as autoridades federais disseram incluir o risco de afogamento daqueles que tentam atravessar o rio, superavam o interesse que o Texas tinha em controlar a migração. A ordem do juiz também proíbia qualquer nova construção de barreiras.

Com a nova decisão, as autoridades do Texas não precisam mais tomar atitudes imediatas para retirar a barreira até que uma decisão judicial definitiva seja anunciada. O gabinete do governador havia dito estar "preparado para levar esta batalha até a Suprema Corte dos EUA".

Abbott, líder republicano que tem ampliado ações anti-imigração, parecia ansioso pela disputa judicial para criar uma barreira ao longo da fronteira. Em uma carta endereçada a Biden em julho, o governador argumentou que tinha o direito legal de fazê-lo, em parte devido a uma cláusula na Constituição dos EUA que trata dos poderes estaduais durante uma "invasão".

O Departamento de Justiça, em sua ação judicial, concentrou-se no que disse ser a violação do Texas de uma lei federal, a Lei de Apropriação de Rios e Portos, que trata da jurisdição federal sobre vias navegáveis. Seus advogados também contestaram a afirmação de Abbott de um direito de declarar uma "invasão" de migrantes, argumentando que apenas o governo federal poderia fazer tal determinação.

"Se e quando ocorre uma 'invasão', é uma questão de política externa e defesa nacional, que a Constituição especificamente confia ao governo federal", argumentaram os advogados do Departamento de Justiça em documentos legais.

A disputa judicial representou o primeiro desafio direto do governo federal a Abbott e seu programa abrangente e multibilionário conhecido como Operação Estrela Solitária, um esforço cada vez mais agressivo para impedir que migrantes entrem nos EUA. "Lone Star" (Estrela solitária) é o apelido do estado do Texas.

O governador afirma que a operação estadual tem como objetivo lidar com o grande número de migrantes que chegam aos Estados Unidos fora dos portos de entrada legais, diante do que ele e outros republicanos dizem ser uma fiscalização de fronteira inadequada pela administração Biden.

O governo federal, em seus documentos, disse que as barreiras eram perigosas para qualquer migrante que pudesse estar em perigo ao tentar atravessar o rio e também tornavam o resgate deles mais perigoso para os agentes da Patrulha de Fronteira. Nos últimos anos, segundo os documentos, ocorreram 89 mortes de migrantes nas águas de Eagle Pass e ao redor da cidade.

As operações do governo do Texas se tornaram alvo de críticas em julho após o vazamento de um email de um agente de fronteira alegando que as autoridades do estado haviam dado ordens para empurrar crianças imigrantes de volta para o rio e negar água para migrantes sob o calor extremo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.