Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Embaixada da Palestina no Brasil culpa Israel por 'explosão devastadora' de violência

Representação diz que situação ameaça existência tanto de israelenses quanto de palestinos

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Brasília

A Embaixada da Palestina no Brasil culpou Israel pela explosão de violência na região nos últimos dias, quando o grupo palestino terrorista Hamas lançou uma série de ataques contra civis e militares israelenses —ao que Tel Aviv respondeu com uma sequência de bombardeios na Faixa de Gaza.

"Lamentamos as vítimas inocentes e responsabilizamos o governo israelense pela aventura que causou esta explosão devastadora, que ameaça a existência tanto de israelenses quanto de palestinos", disse o órgão diplomático em declaração enviada à Folha nesta segunda-feira (9).

Israel sofreu no sábado (7) o pior ataque de que foi alvo nos últimos 50 anos. Combatentes do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançaram aproximadamente 5.000 foguetes e entraram por terra, mar e ar em território israelense. O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, por sua vez, declarou guerra contra o Hamas.

Equipes de resgate palestinas trabalham após ataques israelenses no campo de refugiados de Jabalia - Mahmoud Issa - 9.out.2023

"Sempre alertamos para as consequências devastadoras do comportamento israelense, que viola a legitimidade internacional e nega os direitos nacionais do povo palestino. O nosso povo palestino e a sua liderança legítima assumiram todas as responsabilidades para alcançar a paz e a segurança para nós, para eles e para toda a região", afirmou a Embaixada da Palestina no Brasil.

A missão diplomática acusou ainda Israel de praticar assassinatos deliberados, afetando todos os grupos de pessoas; de profanar santidades islâmicas e cristãs; e de perseguir e humilhar palestinos em postos de controle, além do confiscar suas terras.

O órgão declarou ainda que "as populações israelenses necessitam de proteção internacional contra o comportamento aventureiro do regime israelense que coloca em risco as vidas dos civis palestinos e israelenses".

A representação palestina disse ainda que as últimas sete décadas provaram que o povo da região não aceitará a ocupação e a humilhação, e que não há outra forma de encerrar o conflito que não o estabelecimento de um Estado da Palestina independente, com Jerusalém como capital, como as resoluções da ONU preveem.

"Apelamos ao mundo por ajuda para parar imediatamente esta guerra e trabalhar arduamente para estancar esta hemorragia, em vez de introduzir mais guerra e destruição", diz o comunicado.

Questionados sobre como o Brasil pode agir diante do conflito, os representantes palestinos responderam que o governo brasileiro reiterou seu compromisso com a solução de dois Estados, além de ter convocado uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU.

"O apoio do Brasil aos direitos inalienáveis de autodeterminação da Palestina, em respeito ao direito internacional, é inestimável", afirmou a embaixada.

Ela disse ainda que a comunidade internacional precisa agir para deter ações violentas e obrigar Israel a respeitar o direito internacional. Segundo a embaixada, o anúncio do cerco total à Gaza, com a suspensão de serviços básicos como o fornecimento de alimentos, remédios, energia e água, afeta gravemente os cidadãos palestinos.

"A subjugação de toda uma população a medidas de punição coletiva é uma violação direta do direito internacional", declarou a missão diplomática.

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