Pelo menos 13 pessoas morreram neste domingo (1º) em um incêndio em um local que reunia três boates adjacentes em Múrcia, no sudeste da Espanha. O prefeito da cidade, José Ballesta, afirmou que o episódio foi de "extrema gravidade", e os serviços de emergência disseram não descartar a possibilidade de novos óbitos em comunicado.
O incêndio teve início às 6h do horário local (1h no horário de Brasília). Os bombeiros chegaram ao edifício, localizado no bairro de Atalayas, por volta das 7h, e conseguiram controlar as chamas em menos de uma hora.
Uma autoridade declarou à agência de notícias AFP que a prioridade neste momento é encontrar os desaparecidos. Segundo ela, a boate tinha abrigado uma festa de aniversário no sábado à noite (30), e que nem todos os convidados tinham sido localizados. Outras quatro pessoas foram hospitalizadas devido à inalação de fumaça.
O porta-voz da Polícia Nacional em Múrcia, Diego Seral, disse que o incêndio teve início na boate Fonda Milagros, um dos três estabelecimentos contíguos. Ela foi também a mais afetada das casas, e seu teto desabou.
A queda do teto tornou-se, aliás, um desafio às operações, de acordo com Seral. Policiais ainda não puderam entrar no prédio em parte por causa do risco de desabamento da estrutura, o que tem dificultado tanto localizar outras vítimas como investigar a origem do fogo, ainda desconhecida.
As autoridades não divulgaram a identidade dos mortos. Fotos divulgadas pelos serviços de emergência mostram os bombeiros lutando contra as chamas e uma fumaça espessa saindo do edifício. Segundo a prefeitura, 40 bombeiros e 18 policiais foram mobilizados para a operação.
Em frente à boate, um grupo de jovens se abraçava enquanto aguardava informações sobre os desaparecidos. Um deles disse à Reuters que tinha saído cerca de um minuto antes de os alarmes serem acionados, e que logo em seguida todas as luzes se apagaram e começaram a se ouvir gritos de "fogo!". A pessoa, que não se identificou, afirmou que cinco familiares seus e dois amigos ainda não foram encontrados.
Ballesta, o prefeito de Múrcia, declarou três dias de luto pela morte dos frequentadores da boate. "Estamos devastados", afirmou ao canal de TV espanhol 24h. Em frente à Assembleia Municipal da cidade, bandeiras foram hasteadas a meio mastro.
O primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, também prestou condolências às vítimas e seus familiares, publicando na rede X, o antigo Twitter, uma mensagem expressando sua solidariedade a elas.
O caso traz à tona a brasileiros a memória do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido na madrugada de 27 de janeiro de 2013. Na ocasião, 242 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas. A tragédia completou 10 anos neste ano.
Familiares das vítimas viram o julgamento —o mais longo da história do Judiciário gaúcho— ser anulado em agosto, e os então quatro condenados aguardam em liberdade o novo júri, marcado para o dia 26 de fevereiro de 2024.
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