Partido Republicano nomeia preferido de Trump para disputar presidência da Câmara

Legislativo dos EUA está paralisado por caos na legenda quanto à decisão de líder para a Casa

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Luke Broadwater
The New York Times

Os republicanos da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos indicaram nesta sexta-feira (13) o deputado Jim Jordan, de Ohio, um republicano de ultradireita e presidente do Comitê Judiciário, para disputar a presidência da Casa. A escolha vem após a derrota dentro do partido para Steve Scalise.

Por 124 a 81, Jordan derrotou o deputado Austin Scott, da Geórgia, aliado do ex-presidente da Câmara Kevin McCarthy, que decidiu se candidatar algumas horas antes da indicação, como um protesto contra Jordan.

Embora Jordan tenha vencido a disputa, sua busca pela presidência ainda enfrenta desafios: vários republicanos moderados disseram que não o apoiariam, uma continuação da luta interna do partido, que eclodiu nos últimos dias, paralisando a Câmara.

O deputado ultraconservador Jim Jordan, eleito pelo Partido Republicano para disputar presidência da Câmara nos EUA - Elizabeth Frantz/Reuters

A candidatura de Jordan, cofundador da ultraconservadora bancada da Liberdade e favorito do ex-presidente Donald Trump, ocorreu pouco mais de uma semana depois de uma facção de seus apoiadores forçar a saída de McCarthy. Na sequência, Jordan se recusou a apoiar o então sucessor escolhido pelo partido para o cargo, o deputado Steve Scalise, da Louisiana, que desistiu abruptamente nesta quinta-feira (12) da disputa.

A deputada Ann Wagner, do Missouri, chama a candidatura de Jordan de "não iniciante". O deputado Don Bacon, de Nebraska, que representa um distrito vencido pelo presidente Biden, diz que os legisladores estavam preocupados em ceder aos caprichos dos membros de ultradireita que se recusaram a apoiar Scalise.

"O fato é: se você recompensa um mau comportamento, você vai ter mais dele", diz Bacon.

Caso Jordan consiga obter a maioria no plenário da Câmara, ele se tornará o segundo na linha de sucessão da Presidência dos Estados Unidos, culminando em uma ascensão notável para um republicano agitador popular da base de ultradireita do partido. Seu estilo combativo e sua aversão a compromissos têm atormentado os antigos presidentes do Partido Republicano.

Scalise superou Jordan na disputa interna do partido na última quarta-feira por apenas 14 votos. Mas, em vez de consolidar sua estreita base de apoiadores, Scalise quase imediatamente começou a perder apoiadores, à medida que legisladores de várias facções disseram que não pretendiam se alinhar a ele. Scalise desistiu da disputa cerca de 30 horas depois.

Jordan e seus apoiadores esperavam evitar um destino semelhante, mas não estava claro se ele teria mais sucesso em unir o partido.

O deputado Kelly Armstrong, da Dakota do Norte, apoiador de Jordan, reconhece que havia republicanos que não o apoiariam "porque não querem recompensar esse comportamento".

Mas ele argumenta que Jordan não deveria ser julgado pelo comportamento de seus apoiadores mais fervorosos e alerta que seria difícil para qualquer republicano obter a maioria. "Realmente não acredito que alguém tenha 217 votos", afirma Armstrong.

Alguns membros, prevendo uma disputa que poderia se arrastar por semanas, também discutem como poderiam dar ao deputado Patrick McHenry, da Carolina do Norte —o presidente temporário cujo papel é principalmente realizar a eleição na Casa— mais poder para realizar o trabalho da Câmara até que o conflito possa ser resolvido.

Annie Karni, Catie Edmondson e Karoun Demirjian contribuíram com a reportagem

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