Descrição de chapéu Partido Republicano

Trump apoia aliado para presidência da Câmara após cogitar assumir o cargo

Ex-presidente endossa candidatura do ultraconservador Jim Jordan, um dos que difundiram falsa teoria de fraude eleitoral

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Washington

Pouco depois de afirmar que poderia assumir a presidência da Câmara dos Estados Unidos "por um tempo", o ex-presidente Donald Trump mudou de opinião e endossou publicamente o deputado ultraconservador Jim Jordan para o posto.

Em uma postagem no início da madrugada desta sexta-feira (6) em sua rede social, a Truth, o empresário afirmou que o republicano de Ohio é "uma estrela" desde muito antes de chegar a Washington, e acrescentou que ele é respeitado por todos e tem posições duras em questões como o combate à migração irregular e o direito constitucional à posse de armas. "Ele será um excelente presidente da Câmara, e tem meu endosso total e absoluto", escreveu Trump.

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, em Nova York para julgamento de processo civil contra ele
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, em Nova York para julgamento de processo civil contra ele - Mike Segar - 4.out.23/Reuters

O texto foi publicado horas depois de o ex-presidente afirmar à Fox News Digital, na noite da quinta-feira, que estaria disposto a assumir ele mesmo o cargo para "unificar" o Partido Republicano. "Farei se for necessário, caso eles não consigam tomar uma decisão", disse, acrescentando que, se um consenso não se formasse, ele aceitaria o posto por um período curto, de "30, 60 ou 90 dias". Tecnicamente, não haveria nenhum impedimento para que ele ocupasse o posto caso fosse escolhido.

De acordo com o site Politico, a ideia de assumir a liderança da Câmara atraiu o ex-presidente, conhecido por sua vaidade. Mas após ouvir conselhos de assessores e de aliados no Congresso, ele recuou. Como a votação é secreta, a chance de derrota seria grande —democratas votariam em bloco contra Trump, e seriam necessários poucos republicanos críticos a ele para impedir sua vitória. Assim, o ex-presidente teria sido convencido de que o melhor era se limitar a apoiar um candidato.

Há dúvidas, no entanto, sobre os efeitos que o apoio do ex-presidente pode ter na prática. Jordan já era próximo do ex-presidente, tendo se juntado ao coro de aliados seus que insinuou que as eleições presidenciais vencidas por Joe Biden foram fraudadas.

Ele também é um dos fundadores da ultraconservadora bancada da Liberdade, e tem praticamente como certo os votos dos republicanos alinhados ao Maga (o movimento Make America Great Again, que apoia Trump). Pela mesma razão, o endosso também não deve prejudicar o empresário entre a ala mais moderada do partido, que já tem ressalvas ao seu nome.

Em entrevista à CNN na manhã desta sexta, Jordan agradeceu o endosso do ex-presidente, mas disse estar centrado em angariar apoio de seus colegas de legenda no Legislativo. Ele e Steve Scalise, da Lousiana, são por enquanto os dois nomes a se lançarem oficialmente na disputa para suceder Kevin McCarthy, derrubado da presidência da Câmara no início desta semana após uma rebelião de membros radicais do seu próprio partido.

A previsão é que os republicanos se reúnam a portas fechadas na noite de terça-feira (10) para discutir quem será o candidato. São necessários dois terços dos votos da bancada para eleger um nome, que então vai à votação no plenário —processo do qual os democratas também participam.

Em um artigo publicado nesta sexta no jornal The Washington Post, o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, defendeu uma reforma das regras da Casa para facilitar o avanço de iniciativas bipartidárias. No começo do ano, McCarthy tornou mais simples para a ala minoritária radical bloquear projetos de lei —e até derrubar o presidente, como demonstrado nesta semana— em troca de apoio à sua candidatura.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.