Seis aeroportos da França são esvaziados por ameaça de bomba

País europeu é um dos locais em que guerra entre Israel e Hamas respingou; na Argentina, embaixadas também foram ameaçadas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas tem respingado em países distantes da Faixa de Gaza, onde os conflitos se desenrolam nos últimos 12 dias. Nesta quarta, seis aeroportos da França tiveram de ser esvaziados após ameaças de bomba, assim como as embaixadas de Israel e dos Estados Unidos na Argentina.

O conflito, que estourou após um ataque do grupo terrorista Hamas fazer 1.400 vítimas no sul de Israel, já matou mais de 3.000 palestinos e causou comoção mundial, motivando protestos em apoio a Tel Aviv e a favor da causa palestina, além de atos de intolerância.

Passageiro observa aeronave na pista em aeroporto frances
Passageiro observa aeronave na pista em aeroporto francês - Pascal Pochard-Casabianca-14.out.23/AFP

Na Argentina, as embaixadas isralense e americana em Buenos Aires foram esvaziadas pela manhã após receberem ameaças de bombas por email. Segundo a imprensa local, a polícia fez uma varredura nos locais e não encontrou nenhum explosivo.

O tema é sensível na Argentina: em 1994, 85 pessoas morreram no maior ataque terrorista da história do país, contra uma associação judaica. O Hizbullah libanês, aliado do Hamas, sempre foi apontado como o executor da ação, de forma direta ou indireta, e é designado organização terrorista no país. A região da Tríplice Fronteira, com Brasil e Paraguai, é um conhecido refúgio de integrantes do Hizbullah.

As ameaças também vieram por email na França, que viu as regiões de Lyon, Nice, Nantes, Niza, Toulouse, Beauvais e Lille serem afetadas.

"Aeroporto de Lille sendo esvaziado após ameaça de bomba. Os serviços de segurança do Estado estão no local", afirmou o aeroporto de Lille em sua conta na plataforma X, ex-Twitter. Um dos terminais foi esvaziado por volta das 10h30 no horário local (5h30 em Brasília), segundo um porta-voz, e ao menos três voos precisaram ser desviados.

A Direção Geral de Aviação Civil da França confirmou os "alertas de bomba" e a retirada de pessoas em aeroportos do país à agência de notícias AFP, sem entrar em detalhes.

Em Nice, houve um alerta de pacote suspeito. Segundo a administração do aeroporto, a suspeita é algo comum, mas exigiu o estabelecimento de um perímetro de segurança por um período. No aeródromo de negócios de Bron, "as dúvidas foram dissipadas, e o tráfego foi retomado", informou a administração.

A França está em alerta desde o assassinato de um professor na última sexta-feira (13), em um suposto ataque islâmico radical. Na ocasião, um homem armado invadiu uma escola de ensino médio em Arras, no norte do país, e assassinou a facadas um professor de língua francesa.

Segundo fontes disseram à AFP, o homem teria gritado "Allahu Akbar" (Alá é grande, em árabe), ao cometer o crime. De acordo com a polícia local, ele é de origem tchetchena e tem conexão com o islamismo radical. Após o caso, o presidente Emmanuel Macron visitou o lugar.

A Procuradoria Nacional Antiterrorismo da França investiga se o atentado tem relação com organizações terroristas, já que aconteceu em meio ao conflito entre Israel e Hamas.

Outros países da Europa também veem o reflexo da guerra. O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou nesta quarta que está aconselhando seus cidadãos a não viajarem para o Líbano devido aos riscos associados ao conflito. A pasta também incentivou os cidadãos britânicos atualmente no país a retornarem "enquanto opções comerciais ainda estão disponíveis".

Já na Alemanha, foram registradas pichações da estrela de Davi nas portas de algumas casas, ação que remonta à perseguição sofrida por judeus durante o regime nazista no país. Na década de 1930, marcações semelhantes eram feitas para sinalizar a presença dos judeus, em uma atitude discriminatória.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, quatro casos foram reportados à polícia do país nos últimos dias, dois deles em casas onde residiam judeus.

Erramos: o texto foi alterado

O professor assassinado na França ensinava o idioma francês, não português, como dizia versão anterior desta reportagem. Além disso, a expressão "Allahu Akbar" (Alá é grande, em árabe) foi grafada de forma incorreta. O texto foi corrigido

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.