Turquia faz nova ofensiva contra PKK e prende 145 após atentado à sede do governo

Operação acontece após Ancara bombardear posições do grupo e prender outras 20 pessoas nos últimos dias

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São Paulo

A polícia da Turquia deteve nesta terça-feira (3) cerca de 145 pessoas suspeitas de manterem vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla original). A ação, anunciada pela agência de notícias estatal, é uma reação do governo a um atentado a bomba na sede do governo turco, em Ancara, no domingo (1º), reivindicado pelo grupo militante.

Na ocasião, dois homens se aproximaram da entrada do prédio do Ministério do Interior, localizado perto de edifícios de outras pastas e do Legislativo turco, e detonaram uma bomba. Ambos morreram, e dois policiais ficaram feridos em decorrência da explosão, tão forte que derrubou várias árvores no entorno.

Polícia turca impede jornalistas de filmarem comunicado de imprensa em frente a um escritório pró-curdo depois de membros terem sido detidos na segunda - Bulent Kilic - 2.out.23/AFP

As operações policiais desta madrugada tiveram como foco a província de Sanliurfa, no sudeste, de maioria curda. Segundo o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, já foram realizadas 466 ações do tipo em 16 das 81 províncias do país contra o que chamou de "unidades de inteligência do PKK".

O governo turco havia reagido ao atentado já no domingo, quando bombardeou pelo menos 20 posições do PKK no Curdistão iraquiano, onde a organização, que luta contra Ancara desde 1984, tem várias bases. Depois, na segunda-feira (2), deteve cerca de 20 pessoas, incluindo autoridades locais do partido pró-curdo HDP —acusado pelas autoridades turcas de vínculos com o PKK—, em Istambul e na província de Kirklareli, no noroeste.

O PKK luta contra o Estado turco desde 1984, e tem como objetivo estabelecer autonomia para a população curda, que ocupa a maior parte do sudeste da Turquia e domina o nordeste da Síria.

O grupo militante, considerado terrorista por Ancara e seus aliados no Ocidente, reivindicou a autoria do que chamou de um "atentado suicida" por meio de um comunicado publicado em um site alinhado à causa. No texto, creditam a ação ao seu "Batalhão de Imortais" e dizem que o plano era que ela coincidisse com o pronunciamento de Erdogan ao Parlamento.

O líder, que em maio foi reeleito à Presidência pela terceira vez, manteve sua programação original, realizando o discurso apesar da confusão perto do prédio do Legislativo. No púlpito, descreveu o ataque como "a mais recente tentativa" de infligir terror aos turcos e declarou que "aqueles que ameaçam a paz e a segurança dos cidadãos" jamais atingirão seus objetivos.

Com Reuters

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