Massa fala em 'nova etapa' ao votar na eleição da Argentina; Milei critica 'campanha suja'

Candidatos que se enfrentam no 2º turno foram acompanhados por apoiadores e jornalistas

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Buenos Aires e São Paulo

Os dois candidatos à Presidência da Argentina votaram por volta do meio-dia deste domingo (19). O peronista Sergio Massa foi a uma zona eleitoral em Tigre, município vizinho a Buenos Aires do qual foi prefeito. Já Javier Milei votou no bairro de Almagro, na capital, e contou com segurança reforçada em meio a simpatizantes com fogos de artifício e um pequeno protesto de apoiadores do rival.

Os candidatos à Presidência argentina, Javier Milei (à esq.) e Sergio Massa, pouco antes de votarem no segundo turno
Os candidatos à Presidência argentina, Javier Milei (à esq.) e Sergio Massa, pouco antes de votarem no segundo turno - Adriano Machado e Mariana Nedelcu/Reuters

O atual ministro da Economia falou em uma "nova etapa" na Argentina a partir deste pleito. "Essa etapa requer, além de boa vontade, inteligência e capacidade, o diálogo e o consenso necessários para que nosso país percorra um caminho muito mais virtuoso", afirmou Massa, que largou na frente com 36,7% dos votos válidos no primeiro turno, contra 30% de Milei.

Massa chegou à zona eleitoral acompanhado do filho Tomás e da esposa, Malena Galmarini, e logo foi cercado por apoiadores. O atual ministro da Economia foi eleito prefeito de Tigre duas vezes. Na primeira, em 2007, licenciou-se por um ano para ser chefe de gabinete da ex-presidente Cristina Kirchner. Na segunda, conseguiu mais de 70% dos votos, mas renunciou para concorrer a deputado federal, em 2013.

Já Milei votou em Buenos Aires acompanhado por um efetivo policial reforçado, que evitou as cenas de confusão e eleitores passando mal vistas no primeiro turno. O candidato chegou de carro à Universidade Tecnológica Nacional, no bairro de Almagro, sendo recebido por apoiadores emocionados, fogos de artifício e gritos contrários de um pequeno grupo de opositores.

"Esperemos que para amanhã haja mais esperança, não tanta continuidade e decadência. Que hoje à noite tenhamos um novo presidente eleito", afirmou ele após votar. "Estamos muito satisfeitos, apesar da campanha do medo e de toda a campanha suja que fizeram contra nós", disse, criticando as estratégias de seu adversário.

A votação na Argentina funciona com cédulas que contêm o nome de cada candidato e são escolhidas pelos eleitores para serem depositadas em urnas. Nos últimos dias, o ultraliberal começou a apontar o que seriam fraudes no sistema eleitoral do país, embora sem apresentar provas.

Neste domingo, ele afirmou que sua equipe está conseguindo repor as cédulas de votação. "Pode ser que faltem cédulas, mas porque estão nas urnas", disse Milei.

Milei caminhou por um corredor de grades de alguns metros montado em frente à faculdade, enquanto duas fileiras da tropa de choque se posicionavam nas laterais do edifício.

Na varanda de um prédio residencial, alguns eleitores de Massa reagiram. Em resposta, ouviram "vão para Cuba" do público que havia corrido pela rua atrás do carro do libertário. Houve alguns empurrões na passagem do candidato, mas seu voto foi rápido e terminou sem grandes ocorrências.

Milei recebeu o apoio da macrista Patricia Bullrich, que acabou derrotada no primeiro turno ao ficar em terceiro lugar, com 23% dos votos. As últimas pesquisas de intenção de voto mostram uma disputa acirrada, com empate técnico ou ligeira vantagem para o ultraliberal. O vencedor tomará posse em 10 de dezembro, data que marca os 40 anos de democracia na Argentina.

Bullrich, por sua vez, depositou seu voto por volta das 14h, no prédio da Sociedade Rural Argentina, em Buenos Aires. A jornalistas, ela lamentou não estar mais na disputa: "É o fim de um longo processo. Pessoalmente, gostaria de estar nessa etapa. Mas a realidade foi outra."

Ela acrescentou, porém, que o mais importante era que o processo democrático seguisse. E defendeu que "a Argentina possa ter mudanças" que a população merece. Apesar do apoio a Milei, a ex-candidata afirmou não ter decidido se acompanharia a contagem dos votos no bunker do candidato ultraliberal.

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