Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Netanyahu fala em 'pausas táticas' em Gaza, mas volta a descartar cessar-fogo

Premiê de Israel diz ainda que responsabilidade pela segurança do território após eventual fim do conflito será de seu país

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Jerusalém | Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse na noite desta segunda-feira (6) —véspera da data em que se completa um mês dos ataques do Hamas ao Estado judeu— que considera fazer "pequenas pausas táticas" nos combates na Faixa de Gaza para permitir a saída de reféns e de civis.

O premiê, contudo, voltou a descartar a possibilidade de um cessar-fogo no território palestino, medida que é demandada por países críticos aos bombardeios israelenses incessantes em Gaza.

Soldados israelenses durante operação terrestre na Faixa de Gaza
Soldados israelenses durante operação terrestre na Faixa de Gaza - Divulgação Forças de Defesa de Israel

Netanyahu disse que um cessar-fogo geral prejudicaria o esforço de guerra de seu país. Já interromper os combates por razões humanitárias, uma ideia apoiada pelos Estados Unidos, principal aliado de Israel, é uma medida que está sendo considerada.

"No que diz respeito a pequenas pausas táticas —uma hora aqui, uma hora ali— já as tivemos antes. Suponho que verificaremos as circunstâncias para permitir a entrada de mercadorias, bens humanitários, ou que nossos reféns saiam", disse Netanyahu à rede americana ABC News.

O presidente dos EUA, Joe Biden, discutiu as pausas em um telefonema com Netanyahu na segunda. De acordo com o portal Axios, o democrata instou o premiê israelense a concordar com uma trégua de três dias de modo a permitir avanços nas negociações para libertar os reféns detidos pelo Hamas em Gaza.

O americano ainda reiterou seu apoio a Israel, ao mesmo tempo em que enfatizou que os militares devem proteger os civis. Tal como Tel Aviv, Washington teme que o Hamas aproveite um cessar-fogo total para se reagrupar.

Ainda à ABC News, Netanyahu afirmou que a responsabilidade pela segurança de Gaza após eventual fim do conflito e destruição do Hamas —objetivo declarado por Tel Aviv— será de seu país. "Israel terá por um período indefinido a responsabilidade geral de segurança [em Gaza]. Nós vimos o que acontece quando não temos essa responsabilidade de segurança [no território]", disse o premiê.

Até o momento, autoridades israelenses evitavam falar sobre o "dia seguinte" à eliminação do grupo terrorista do local. A falta de um plano para o fim do conflito, porém, vem preocupando aliados de Israel.

Depois de cercar a Cidade de Gaza, a maior da faixa homônima, os militares israelenses disseram nesta terça-feira (7) que tomaram um complexo usado pelo Hamas e que estavam preparados para atacar combatentes escondidos em um labirinto de túneis.

De acordo com o Exército de Israel, aviões atingiram integrantes do Hamas que se barricaram em um prédio perto do Hospital Al-Quds e planejavam lançar um ataque às forças israelenses.

As ações continuam também no sul do território, onde pelo menos 23 palestinos foram mortos em dois ataques aéreos nas cidades de Khan Yunis e Rafah, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Na segunda, a pasta informou que mais de 10 mil palestinos haviam morrido desde o início da guerra, em 7 de outubro.

Apelando a um cessar-fogo urgente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que Gaza está se tornando um "cemitério de crianças". "As operações terrestres das Forças de Defesa de Israel e os bombardeamentos contínuos estão atingindo civis, hospitais, campos de refugiados, mesquitas, igrejas e instalações da ONU –incluindo abrigos. Ninguém está seguro", disse ele.

"Ao mesmo tempo, o Hamas usa civis como escudos humanos e continuam a lançar foguetes indiscriminadamente contra Israel", acrescentou.

Organizações internacionais afirmaram que os hospitais não conseguem lidar com os feridos e que os alimentos e a água potável estão esgotando. Já a chegada de ajuda humanitária está longe de ser suficiente, alerta. "Precisamos de um cessar-fogo humanitário imediato. Já se passaram 30 dias. Basta. Isto deve parar agora", disse um comunicado dos chefes de vários órgãos das Nações Unidas.

As ações israelenses são uma resposta aos atentados do Hamas de 7 de outubro, quando 1.400 israelenses foram mortos. Até a manhã desta terça, ao menos 10.022 palestinos tinham morrido em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local. Entre as vítimas estão civis e trabalhadores humanitários. Balanço da Organização Mundial da Saúde diz que 16 profissionais da agência morreram em serviço no território palestino.

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