Após 49 dias sob o poder do Hamas na Faixa de Gaza, 24 pessoas sequestradas em solo israelense nos ataques de 7 de outubro foram libertadas pelo grupo terrorista nesta sexta-feira (24).
Destes, apenas 13 foram soltos devido a um acordo firmado entre Israel e a facção nos últimos dias —os outros 11, um grupo formado por dez tailandeses e um filipino, tiveram sua saída negociada de forma independente.
O texto do pacto entre Tel Aviv e Hamas previa como contrapartida a soltura de 150 palestinos detidos em cadeias israelenses. Também estabelecia como condição que os libertados de ambos os lados fossem mulheres ou menores de 19 anos.
O pacto foi cumprido, e na sexta, às 20h do horário local (15h em Brasília), 39 palestinos foram soltos a partir de Ofer, um presídio controlado por Israel perto de Ramallah, capital da Cisjordânia ocupada. Desse total, 22 eram mulheres e 17, menores de 19 anos.
A emissora qatari Al Jazeera listou seus nomes e locais de origem. A maior parte deles é de Jerusalém Oriental, Ramallah ou Nablus, e muitos foram presos sem julgamento prévio, sob um regime de detenção administrativa.
Seus supostos crimes incluíam, por exemplo, arremessar pedras contra soldados israelenses; fabricar explosivos; causar danos a propriedades; e manter contatos com organizações hostis. Nenhum deles era acusado de homicídio.
As informações sobre os palestinos são, porém, dispersas. A Al Jazeera entrevistou Zeina Abdo, 18, uma das duas únicas adolescentes mulheres entre os 17 jovens soltos na sexta. À rede, ela contou que havia sido presa dois anos antes, estava em isolamento desde os atentados que deram início à guerra, assim como seus companheiros em Ofer.
Walaa Tanji, 26, foi presa por Israel a mais de um ano em sua casa no campo de refugiados de Balata, no subúrbio de Nablus. O Exército israelense disse ter encontrado armas no carro usado por Tanji e outras duas mulheres detidas com ela —as três foram acusadas de planejar um ataque a um posto de controle.
Rawan Abu Ziadeh, 29, estava em uma prisão de Israel desde que foi detida em 2015, quando tinha 20 anos de idade, condenada por ter esfaqueado e ferido um soldado israelense.
Já os dados sobre os reféns sequestrados pelo Hamas e agora em liberdade são mais abundantes. Veja abaixo quem são eles.
Yaffa Adar, 85
Yaffa Adar, que morava no kibutz Nir Oz, no sul de Israel, é a refém mais velha entre os libertados nesta sexta. No dia do ataque, a imagem dela no que parece ser um carro de golfe, cercada de terroristas, foi uma das primeiras evidências de que o Hamas havia feito sequestros.
Channah Peri, 79
A sul-africana Channah Peri estava no kibutz Nirim quando foi sequestrada junto com seu filho, Nadav Popplewell, que ainda não foi libertado. Ambos têm diabetes e precisam de medicamentos diários.
Doron Katz-Asher, 34, e suas filhas, Raz, 5, e Aviv, 2
Doron Katz-Asher estava no kibutz Nir Oz quando foi sequestrada junto com suas duas filhas. Seu marido, Yoni, deixou o emprego como corretor imobiliário para dedicar todo o tempo disponível para tentar trazer sua família de volta para casa e virou um dos líderes do movimento que lutou pela libertação dos reféns.
Margalit Moses, 78
Mãe de Doron, Margalit estava com a saúde debilitada quando foi levada pelos terroristas do Hamas do kibutz Nir Oz para Gaza —ela se recupera de um câncer. Seu ex-marido, outro morador da comunidade, também foi raptado pelo Hamas.
Emilia Aloni, 5, e sua mãe, Danielle, 44
Danielle também estava no kibutz Nir Oz, comunidade agrícola em que 71 dos 400 habitantes foram raptados. Ela e sua filha foram resgatadas, mas sua irmã, seu cunhado e duas sobrinhas de 3 anos ainda estão em Gaza.
Ruth Munder, 78, sua filha Keren, 54, e seu neto Ohad, 9
Keren e seu filho, Ohad, foram raptados no kibutz Nir Oz durante uma visita aos pais. No ataque, o irmão de Keren, Roey, foi assassinado, e a mãe deles, Ruth, também foi sequestrada.
Adina Moshe, 72
Adina Moshe foi sequestrada no kibutz Nir Oz e recebeu nacionalidade portuguesa enquanto estava em Gaza. Seu marido, Said, 75, foi morto pelos terroristas no dia do ataque.
Hannah Katzir, 77
Hannah e seu marido, Avraham, estavam na casa deles, no kibutz Nir Oz, quando o ataque aconteceu. Ele foi morto no dia 7 e ela foi dada com morta pelo Jihad Islâmico palestino no início deste mês.
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