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Fujimori, condenado por crimes contra humanidade, deixa prisão no Peru

Ex-ditador cumpriu pena de 16 anos e era sentenciado, ao todo, a 25; Tribunal Constitucional havia ordenado sua soltura

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Lima | Reuters

O ex-ditador do Peru Alberto Fujimori, 85, que cumpria pena de 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade devido a abusos de direitos humanos cometidos durante seu governo nos anos 1990, foi libertado na noite desta quarta-feira (6).

O ex-ditador do Peru Alberto Fujimori durante sessão judicial em Lima
O ex-ditador do Peru Alberto Fujimori durante sessão judicial em Lima - Ernesto Benavides - 2.abr.14/AFP

Um dia antes, na terça (5), o Tribunal Constitucional peruano havia ordenado a soltura imediata do ex-líder. A corte justificou sua liberação devido a razões humanitárias, ainda que tenha sido alvo de críticas de mecanismos internacionais, como a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), e de familiares das vítimas do regime de Fujimori.

A imprensa local divulgou imagens do ex-ditador deixando a prisão e entrando em um carro pouco após o Instituto Penitenciário Estatal peruano anunciar sua soltura. Ao todo, ele cumpriu pena de prisão de cerca de 16 anos após ser extraditado do Chile em 2007.

Não é a primeira vez que o ex-líder consegue decisão favorável. Ele recebeu um indulto humanitário em 2017 pelo então presidente Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, após pressão política de deputados aliados do seu filho. A decisão, porém, foi revogada pela Justiça no ano seguinte, e ele voltou à prisão em janeiro de 2019.

Em março de 2022, o Tribunal Constitucional acatou um habeas corpus em seu favor, mas a execução da decisão foi travada no mês seguinte, quando a CIDH solicitou ao Estado peruano que se abstivesse de libertá-lo. Agora, o tribunal do país decidiu que a CIDH não tem competência para julgar o caso e determinou que se cumpra o habeas corpus.

Além de corrupção, Fujimori cumpre pena pelos massacres em Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992) durante o seu mandato. Na ocasião, o esquadrão da morte do Exército, o grupo Colina, matou 25 civis, incluindo uma criança, em uma suposta operação antiterrorista contra a guerrilha Sendero Luminoso.

Ele é pai de Keiko Fujimori, política que já tentou chegar à Presidência três vezes, mas foi derrotada por Ollanta Humala (2010), Pedro Pablo Kuczynski (2016) e Pedro Castillo (2021), hoje preso após tentar dar um golpe. Keiko também já esteve presa preventivamente duas vezes e agora está proibida de sair do país, por suspeitas de corrupção envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.

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