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Queda de helicóptero da Guiana perto da Venezuela deixa 5 militares mortos

Duas pessoas sobreviveram ao acidente; até aqui, Georgetown não relacionou o caso a conflito com Caracas

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São Paulo

Ao menos cinco militares da Guiana que estavam no helicóptero que havia desaparecido nesta quarta-feira (6) em uma região próxima à fronteira com a Venezuela morreram, afirmou o presidente Irfaan Ali nas redes sociais na tarde desta quinta (7).

As outras duas pessoas que estavam a bordo do veículo sobreviveram. Horas antes, Georgetown informou ter encontrado o helicóptero e disse que, ao todo, sete pessoas estavam nele.

Imagem de helicóptero publicada pelas Forças Armadas da Guiana após desaparecimento de aeronave - Reprodução/@gdfguyana no Instagram

Até aqui não foi compartilhado nenhum indício de que o acidente esteja relacionado a Caracas, com quem a Guiana vê crescer um conflito territorial pela disputa de Essequibo, área que ocupa dois terços de seu território e que o regime de Nicolás Maduro reivindica.

A costa da rural Essequibo é rica em petróleo.

As Forças Armadas do país haviam informado que condições climáticas desfavoráveis afetaram as operações de busca. No Facebook, o presidente Ali divulgou os nomes dos cinco mortos. São eles: o brigadeiro Gary Beaton, o coronel Michael Shahoud, os tenente-coroneis Michael Charles e Sean Welcome e o sargento Jason Khan.

Em nota, o governo lamentou a morte de seus militares e prestou solidariedade às famílias das vítimas. Também agradeceu à resiliência dos sobreviventes, "que suportaram este acidente angustiante". São eles o tenente-coronel Andio Michael Crawford e o cabo Dwayne Jackson.

De acordo com o chefe das Forças Armadas da Guiana, Omar Khan, a aeronave perdeu contato na região em disputa, a 45 quilômetros da fronteira entre os dois países. Ele afirmou que as atuais informações não indicam o envolvimento de Caracas no caso e acrescentou que o tempo estava ruim. "Consideramos todas as possibilidades", afirmou. "Não temos nenhuma informação que sugira a existência de algum voo de uma aeronave venezuelana naquela área."

A aeronave decolou às 9h23 com destino a Arau, a cerca de 330 km do ponto de partida, a base de Ayanganna. O objetivo era levar a equipe ao encontro de tropas no extremo oeste da Guiana, onde a presença de militares se avolumou nos últimos dias.

Duas horas depois, às 11h20, o veículo emitiu um sinal de emergência que pode ser acionado manualmente ou por um impacto, de forma automática. A perda de contato ocorreu após uma parada para abastecimento em Olive Creek, perto do rio Mazaruni.

As buscas foram interrompidas horas depois, durante a noite, por causa do tempo, e retomadas nesta quinta-feira.

No último domingo (3), um plebiscito organizado pela ditadura venezuelana teve resultado favorável à anexação de Essequibo e à concessão de nacionalidade aos 125 mil habitantes da região —96% dos que foram às urnas se manifestaram a favor da criação de uma província, segundo dados do regime.

Nesta terça-feira (5), o ditador Nicolás Maduro deu o passo inicial para avançar com as medidas. Além da concessão de licenças para a extração de recursos naturais, o líder propôs uma lei que prevê a criação de um estado venezuelano no território guianense.

A disputa pela região remonta ao século 18, quando a fronteira venezuelana era estabelecida pelo rio Essequibo. Além de defender esse mapa, Caracas menciona um acordo assinado em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.

A Guiana, por sua vez, defende o laudo de 1899 e pede que o texto seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça, cuja jurisdição Caracas não reconhece.

Com AFP

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