Descrição de chapéu Rússia

Putin diz que vai concorrer à reeleição na Rússia em 2024

No poder desde 1999, vitória no pleito abriria as portas para o líder russo ficar no cargo até 2030

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Moscou | Reuters

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (8) a soldados que lutaram na Guerra da Ucrânia que disputará a recondução ao cargo nas eleições de 2024 —decisão já esperada e que, se exitosa, permitirá ao ex-espião da KGB permanecer no poder até 2030, pelo menos.

Na liderança desde 1999, quando substituiu o primeiro presidente da Rússia após a dissolução na União Soviética, Putin, 71, está no poder há mais tempo do que qualquer outro dirigente da nação desde Josef Stálin, superando até mesmo os 18 anos de mandato de Leonid Brejnev, de 1964 a 1982.

O presidente russo, Vladimir Putin, em uma reunião no Kremlin, em Moscou - Grigory Sisosiev - 8.fev.2023/Sputnik via AFP

O líder informou sua decisão após premiar veteranos da Guerra da Ucrânia com a maior honra militar do país, a Estrela de Ouro do Herói da Rússia. Na ocasião, o tenente-coronel Artiom Joga pediu que Putin concorresse novamente à Presidência.

"Não vou esconder que tive pensamentos diferentes em outros momentos, mas agora é hora de tomar uma decisão", afirmou o líder aos soldados condecorados. "Vou concorrer ao cargo de presidente", afirmou no Salão Dourado, no Kremlin, em uma cena televisionada.

Em seguida, Joga disse a repórteres ter ficado feliz com a decisão. O anúncio, porém, não surpreende, já que para Putin a eleição é uma mera formalidade —com o apoio do Estado e da mídia estatal e sem dissidências públicas populares, é quase certo que ele vencerá.

Políticos da oposição consideram a eleição uma fachada de democracia que adorna uma ditadura. Seus apoiadores, por outro lado, rejeitam essa análise, apontando para índices de aprovação acima de 80% do líder, de acordo com levantamentos independentes.

Sua popularidade normalmente é atribuída à ordem que o líder conseguiu restituir no país após o colapso soviético, assim como a reconquista de parte da influência que a Rússia perdeu após o fim da Guerra Fria.

Ainda que o presidente não enfrente um adversário real, ele precisará lidar com os desafios que qualquer chefe do Kremlin enfrenta desde o fim da União Soviética, com Mikhail Gorbatchev, há mais de três décadas.

Mais recentemente, a Guerra na Ucrânia desencadeou o principal confronto com o Ocidente desde a Crise dos Mísseis, em 1962; as sanções ocidentais em decorrência do conflito causaram o maior choque externo na economia russa em décadas; e Putin enfrentou uma tentativa fracassada de motim pelo mercenário mais poderoso da Rússia, Ievguêni Prigojin, em junho. O líder do Grupo Wagner morreu em um acidente de avião dois meses após a rebelião. Desde então, Putin fortaleceu seu controle.

Para o Ocidente, Putin é um criminoso de guerra e ditador que levou a Rússia a um conflito imperialista na Ucrânia, fortalecendo o país do Leste Europeu ao mesmo tempo em que deu à Otan, a aliança militar ocidental, uma missão novamente.

Para o presidente russo, a guerra representa uma luta muito mais ampla contra os Estados Unidos —país que, na visão da elite do Kremlin, quer dividir a Rússia e apoderar-se de seus vastos recursos naturais.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.