Incêndio consome prédio na Espanha e deixa ao menos 10 mortos; veja vídeo

Quatro vítimas são da mesma família, incluindo menina de 3 anos e recém-nascido; chamas tomaram local em 30 minutos

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Antoine Demaison Marco Trujillo
Valência (Espanha) | Reuters

Ao menos dez pessoas morreram em um incêndio que consumiu um prédio de apartamentos em Valência, cidade no leste da Espanha, na quinta-feira (22). Um número incerto de moradores segue desaparecido nesta sexta (23). Anteriormente, autoridades locais haviam contabilizado dez mortes e corrigido o número para nove, mas o total foi atualizado novamente para dez neste sábado (24) durante processo de identificação de corpos.

Das vítimas, quatro pertencem à mesma família. Seriam um pai, uma mãe, uma menina de 3 anos de idade e um bebê recém-nascido.

Imagens mostram a fachada do prédio em chamas durante a noite de quinta-feira, com pequenas explosões no interior dos apartamentos. Testemunhas disseram que o fogo, impulsionado por fortes ventos, espalhou-se por todo o prédio em cerca de 30 minutos.

Moradores foram vistos pedindo ajuda das sacadas. Um bombeiro teve que pular do primeiro andar para um colchão de segurança. Outras imagens mostraram duas pessoas saindo de uma sacada para um guindaste antes de serem baixadas ao nível da rua.

"Eu disse para minha filha e minha sogra saírem, mas outras pessoas ficaram dentro", relatou Adriana, uma moradora do prédio, à agência Reuters.

Bombeiros inspecionam estrutura do prédio de Valência destruído pelo fogo
Bombeiros inspecionam estrutura do prédio de Valência destruído pelo fogo - José Jordan/AFP

O premiê espanhol, Pedro Sánchez, foi ao local depois de expressar apoio às pessoas afetadas e elogiar os bombeiros.

O incêndio começou no quarto andar do prédio em um bairro nobre da terceira maior cidade da Espanha e se espalhou para os demais apartamentos, disseram os serviços de emergência na plataforma X.

A prefeita de Valência, Maria José Catalá, afirmou a repórteres que, para localizar os corpos, foram usados drones inicialmente. Isso porque os bombeiros ainda estavam trabalhando no resfriamento do edifício para poder acessá-lo. No final da tarde desta sexta-feira, o acesso estava liberado somente nos primeiros andares.

Quinze pessoas ficaram feridas, sendo seis delas bombeiros, mas suas vidas não estavam em risco. Os bombeiros estavam inspecionando o prédio com guindastes e drones para avaliar o risco de colapso antes de entrar, disse Catalá em entrevista à emissora estatal TVE.

Composto por duas torres ligadas por um elevador panorâmico, o prédio tinha várias dezenas de apartamentos. Ainda não há informação oficial, mas segundo o jornal El País, seriam 138.

Pilar Bernabé, representante do governo em Valência, disse que era difícil dizer quantas pessoas estavam desaparecidas porque era "um prédio com muitos apartamentos, apartamentos nos quais havia pessoas de nacionalidade estrangeira, cuja localização é mais difícil de determinar".

Esther Punchades, da agência de inspeção de seguros APCAS, disse à TVE que a falta de paredes corta-fogo e o uso do material plástico poliuretano na fachada teriam contribuído para a rápida propagação do incêndio. Um vídeo de divulgação de 2007 do desenvolvedor do prédio destacou o "material inovador" usado para revestir a fachada do prédio, que passou por "rigorosos controles de qualidade".

A propagação de um incêndio fatal no edifício Grenfell Tower em Londres em 2017, que matou cerca de 80 pessoas após uma falha elétrica, foi atribuída ao uso do mesmo revestimento externo altamente inflamável. Os fortes ventos também tiveram seu papel. Um policial disse à Reuters que o vento era tão forte às vezes que estava empurrando para trás a água sendo jorrada pelos bombeiros.

Valência decretou três dias de luto.

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