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Netanyahu rejeita cessar-fogo proposto por Hamas e diz que vitória está 'ao alcance'

Primeiro-ministro de Israel renova promessa de destruir grupo palestino no conflito que completou 4 meses

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Rio de Janeiro

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rejeitou o mais recente plano para um cessar-fogo na guerra contra o Hamas, que completou quatro meses nesta quarta (7). Em entrevista, o premiê afirmou que a "vitória total" contra a facção na Faixa de Gaza está "ao alcance" das forças militares de seu país.

Netanyahu renovou a promessa de destruir o Hamas e afirmou que não há alternativa para Israel a não ser causar o colapso do grupo terrorista. A despeito da pressão internacional por uma nova trégua, o premiê disse ter estabelecido a "vitória como objetivo desde o início" e que o conflito terminará em questão de meses, não de anos ou décadas. "Não nos contentaremos com nada menos do que isso."

Primeiro-ministro israelense, Binjamin Netanyahu, fala durante reunião semanal no gabinete no Ministério da Defesa, em 7 de janeiro
Primeiro-ministro israelense, Binjamin Netanyahu, fala durante reunião semanal no gabinete no Ministério da Defesa, em 7 de janeiro - Ronen Zvulun - 7.jan.2024/Reuters

Além da promessa de eliminar o Hamas, o primeiro-ministro reiterou outros objetivos já anunciados por Tel Aviv na guerra: resgatar todos os reféns e garantir que Gaza não represente mais uma ameaça a Israel.

"Render-se às demandas delirantes do Hamas não traria a liberdade dos reféns, mas apenas convidaria a um massacre adicional; um desastre para Israel que nenhum cidadão deseja", disse.

Netanyahu se referia ao plano de cessar-fogo que havia sido proposto mais cedo pelo grupo palestino e que condicionava a libertação dos reféns ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza à interrupção dos combates por quatro meses e meio e ao estabelecimento de um acordo para o fim definitivo da guerra.

A proposta do grupo terrorista —uma resposta a uma oferta enviada na semana passada por mediadores do Qatar e do Egito e aprovada por Israel e Estados Unidos— ocorreu durante o maior esforço diplomático até agora por uma trégua prolongada.

Uma fonte com conhecimento das negociações disse que a contraproposta do Hamas não exigia uma garantia de cessar-fogo permanente no início, mas o fim do conflito teria de ser combinado durante a trégua e antes que os reféns finais fossem libertados.

Ezzat El-Reshiq, membro do escritório político do Hamas, confirmou que a proposta foi transmitida via Qatar e Egito para Israel e EUA. "Estávamos ansiosos para lidar com isso com um espírito positivo para interromper a agressão contra nosso povo palestino e garantir um cessar-fogo completo e duradouro, além de fornecer alívio, ajuda, abrigo e reconstrução", disse ele à agência de notícias Reuters.

De acordo com o documento, na primeira fase da trégua, todas as mulheres, homens menores de 19 anos, idosos e doentes que foram feitos de reféns pelo Hamas seriam devolvidos em troca da libertação de mulheres e crianças palestinas das prisões de Israel. Tel Aviv também retiraria tropas de áreas povoadas.

A implementação da segunda fase não começaria até que as partes concluíssem "negociações indiretas sobre os requisitos necessários para encerrar as operações militares mútuas e retornar à calma completa".

A segunda fase incluiria a libertação dos homens capturados pelo grupo palestino e "a retirada das forças israelenses de todas as áreas da Faixa de Gaza".

Corpos e restos mortais seriam trocados durante a terceira fase. A trégua também aumentaria o fluxo de alimentos e outras ajudas aos civis de Gaza, que enfrentam fome e escassez grave de suprimentos básicos em um cenário de grave crise humanitária devido ao cerco de Israel.

Em Rafah, onde metade dos 2,3 milhões de habitantes do território palestino está encurralada contra a cerca de fronteira com o Egito, corpos de dez pessoas mortas por ataques israelenses durante a noite foram colocados em um necrotério de hospital. Parentes choravam ao lado dos mortos.

Israel iniciou sua ofensiva militar depois que um ataque do Hamas no sul de Israel matou 1.200 pessoas e fez 253 reféns. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que pelo menos 27.585 palestinos morreram com a ofensiva de Israel, incluindo milhares de crianças. Por ora, houve apenas uma trégua no conflito, no final de novembro, que durou uma semana.

Netanyahu tem sido pressionado por membros de extrema direita de seu governo e pelas famílias de reféns. Os primeiros ameaçam renunciar caso seja aprovado um acordo que possa adiar a erradicação do Hamas, enquanto os segundos exigem uma negociação para trazer seus entes queridos para casa.

Washington apresentou acordo como parte dos planos para uma resolução mais ampla do conflito no Oriente Médio, que levaria eventualmente à reconciliação entre Israel e os vizinhos árabes e à criação de um Estado palestino.

O impulso diplomático ocorre em meio a intensos combates em Gaza. Israel tenta capturar a principal cidade no sul do território, Khan Yunis, enquanto vê combates ressurgirem em áreas do norte que dizia ter dominado meses atrás.

Na semana passada, Tel Aviv disse que planeja invadir a cidade de Rafah, próxima da fronteira com o Egito, causando alarme entre organizações internacionais. Entidades afirmam que um ataque ao último refúgio de Gaza causaria uma catástrofe humanitária para mais de um milhão de pessoas deslocadas

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