Senado dos EUA aprova pacote de ajuda bilionário a Ucrânia, Israel e Taiwan

Projeto defendido por democratas segue para Câmara, controlada por republicanos e que deve rejeitá-lo

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São Paulo

O Senado dos Estados Unidos, de maioria democrata, aprovou nesta terça-feira (13) um pacote de US$ 95,3 bilhões (R$ 472,2 bilhões) em ajuda a Ucrânia, Taiwan e Israel. O projeto segue para a Câmara dos Representantes, cujo presidente Mike Johnson afirmou na véspera que a Casa, controlada pelos republicanos, irá rejeitá-lo.

Manifestante pede ajuda à Ucrânia próximo do Capitólio, nos EUA
Manifestante pede ajuda à Ucrânia próximo do Capitólio, nos EUA - Alex Wong - 12.fev.24/Getty Images América do Norte/Getty Images via AFP

O pacote foi aprovado por 70 votos a 29 —eram necessários 60 para que o projeto avançasse à Câmara. Vinte e dois republicanos se juntaram à maioria democrata para apoiar a medida.

"Há anos, talvez décadas, que o Senado não aprovava um projeto de lei com um impacto tão grande, não só na nossa segurança nacional, não só na segurança dos nossos aliados, mas também na segurança da democracia ocidental", afirmou o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer.

A votação começou pouco antes do amanhecer nos EUA e após oito republicanos considerados opositores linha-dura ao envio de ajuda à Ucrânia realizarem uma maratona de discursos ao longo da madrugada, em manobra que se estendeu por mais de seis horas numa tentativa de esvaziar a Casa.

O presidente americano, Joe Biden, tem instado há meses o Congresso a aprovar o envio de ajuda à Ucrânia, invadida pela Rússia, e a parceiros dos EUA no Indo-Pacífico, incluindo Taiwan, para conter a China. Após o ataque do Hamas em 7 de outubro contra Israel, o democrata incluiu no mesmo pacote recursos para Tel Aviv, o maior aliado de Washington no Oriente Médio, numa medida que, segundo analistas, buscou acelerar a votação do projeto.

Schumer disse acreditar que o pacote terá o mesmo apoio bipartidário na Câmara se for enviado à votação. Mas o projeto é alvo de críticas, feitas principalmente por republicanos, e deve ser vetado no plenário da Casa.

Em nota divulgada na segunda (12), o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, argumenta que a negativa à proposta se dá porque o Legislativo foi incapaz de costurar soluções suficientes para a fronteira sul do país, com o México, um dos principais pontos de tensão hoje.

Diante da migração recorde na região, guiada especialmente por pessoas de países da América Central, republicanos colocaram a agenda migratória como moeda de troca e forçaram democratas a negociarem na área para fazer avançar o pacote de ajuda externa. O projeto aprovado no Senado, entretanto, não inclui reformas migratórias.

Biden afirmou na sexta-feira (9) que o Congresso seria culpado de "negligência" se não aprovasse a medida. Autoridades ucranianas vêm alertando há meses sobre a escassez de armas em um momento em que a Rússia intensifica a ofensiva contra o vizinho.

A legislação inclui US$ 61 bilhões em ajuda para a Ucrânia, US$ 14 bilhões para Israel em sua guerra contra o Hamas e US$ 4,83 bilhões para apoiar parceiros como Taiwan a deterem a China, com quem Washington trava uma espécie de Guerra Fria 2.0. Também forneceria US$ 9,15 bilhões em assistência humanitária a civis da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, da Ucrânia e de outras zonas de conflito.

Após a votação no Senado americano, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, saudou o projeto. "A assistência americana aproxima a paz justa na Ucrânia e restaura a estabilidade global, resultando em maior segurança e prosperidade para todos os americanos e para todo o mundo livre", disse ele no X

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