Papa afirma que está com bronquite e novamente deixa de ler seu discurso

Francisco diminuiu ritmo de atividades durante a semana e chegou a ir a hospital de Roma para exames e consultas

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Cidade do Vaticano | AFP

O papa Francisco, 87, afirmou neste sábado (2) que está novamente com bronquite. O anúncio segue uma semana na qual o pontífice, gripado, teve de diminuir o ritmo das atividades públicas e comparecer a um hospital de Roma para exames.

O papa Francisco durante abertura do ano judicial no Vaticano
O papa Francisco durante abertura do ano judicial no Vaticano - Divulgação Vaticano via Reuters

"Agradeço a todos vocês presentes. Preparei meu discurso, mas não consigo lê-lo por causa de uma bronquite", disse ele durante a abertura do ano judicial do Tribunal do Estado da Cidade do Vaticano.

Ainda neste sábado, sua agenda contou com uma reunião presencial com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, que não foi desmarcada, mesmo levando em conta sua saúde.

Com um quadro de gripe leve nos últimos dias, o papa teve de comparecer a um hospital de Roma na última quarta-feira (28) para realizar consultas e exames. Naquele mesmo dia, durante a manhã, ele realizou sua audiência semanal no Vaticano, mas não leu o próprio discurso, de cerca de uma página, pedindo a um auxiliar para fazê-lo.

O papa também já havia cancelado suas reuniões do sábado passado e da última segunda (26), embora tenha comandado a oração do Angelus no domingo (25). Ainda não se sabe se ele o fará neste domingo (3).

Francisco, que se desloca em uma cadeira de rodas devido a fortes dores no joelho, teve uma série de questões de saúde no decorrer dos últimos anos, especialmente nos joelhos, quadris e no cólon.

Ele foi operado no abdômen em junho passado e, em dezembro, teve de cancelar sua viagem a Dubai para a COP28, a conferência do clima da ONU, devido a uma bronquite. Quando jovem, ainda em Buenos Aires, Francisco teve parte de um pulmão removido.

Há ampla expectativa de que ele visite a Argentina ainda neste ano, no que seria sua primeira viagem oficial a seu país desde que assumiu como líder da Igreja Católica, há mais de dez anos, em 2013.

O convite foi verbalizado pelo presidente Javier Milei —que durante a campanha desferiu duras críticas ao papa— mais de uma vez, inclusive quando esteve no Vaticano para uma visita.

Francisco volta a criticar 'ideologia de gênero'

Durante a sexta-feira (1º), o papa voltou a criticar o que chama de ideologia de gênero, dizendo a considerar um "o perigo mais feio, uma vez que anula as diferenças entre homens e mulheres".

A fala foi feita durante audiência no Vaticano em que se debatia o casamento. "Pedi estudos sobre esta feia ideologia de nosso tempo, que cancela as diferenças e faz com que tudo seja igual; cancelar a diferença é cancelar a humanidade", seguiu o argentino.

Adotado já há muito tempo pela igreja, o termo "ideologia de gênero" foi paulatinamente apropriado por grupos conservadores, entre eles alguns do Brasil, para criticar debates sobre a forma como a identidade sexual é determinada por fatores sociais construídos historicamente, não pelo nascimento.

Em 2016, Francisco denunciou o que chamou de um "doutrinamento dissimulado" dos livros didáticos escolares franceses, influenciados por esta teoria, o que provocou uma onda de críticas na França.

Em 2019, o Vaticano publicou um texto destinado a ajudar os professores das escolas católicas a contrariar a "ideologia de gênero", que "nega a diferença natural entre um homem e uma mulher".

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