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Ponte desaba após colisão de navio em Baltimore; 6 desaparecidos são dados como mortos

Segundo autoridades locais, duas pessoas foram resgatadas, e uma está em estado grave; causas do acidente são investigadas

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São Paulo

Parte de uma ponte de 2,57 quilômetros de extensão colapsou em Baltimore, nos Estados Unidos, depois que um navio de carga de quase 290 metros colidiu com a estrutura na madrugada desta terça-feira (26), fechando um dos portos mais movimentados do país.

Estrutura de aço da ponte Francis Scott Key deformada pela colisão de um navio porta-contêineres em Baltimore, Maryland - Roberto Schmidt/AFP

Autoridades afirmam que oito pessoas estavam na ponte no momento do acidente. Eles seriam trabalhadores de construção civil que faziam reparos no local, de acordo com o secretário de Transportes de Maryland, Paul Wiedefeld, que acrescentou que dois deles foram resgatados —um teria saído ileso e outro, hospitalizado em estado grave.

Já os outros seis, antes considerados desaparecidos pelas autoridades, foram declarados provavelmente mortos pelo coronel Roland L. Butler Jr., superintendente da Polícia do Estado de Maryland, à noite.

Segundo a agência de notícias AP, por volta das 20h do horário local (21h em Brasília) ele anunciou que a missão de resgate se tornara uma busca por reaver os corpos, e que esta seria pausada até às 6h de quarta-feira (27) quando, esperava-se, os mergulhadores lidariam com condições de trabalho mais favoráveis.

Três carros, um caminhão e outro veículo ainda não especificado foram identificados no fundo do rio, de acordo com o chefe dos bombeiros de Baltimore, James Wallace. Um sonar tem sido usado para marcar veículos encontrados na água, ele disse.

A Guarda Costeira busca sobreviventes com barcos e helicópteros, e oito equipes de mergulho participam do resgate. No local do acidente, o rio chega a 15 metros de profundidade.

A ponte Francis Scott Key atravessa o rio Patapsco, que deságua na baía de Chesapeake, onde fica o porto de Baltimore, no estado de Maryland, na costa leste americana.

O navio de carga Dali, com bandeira de Singapura, saiu do porto de Baltimore no início da madrugada com destino a Colombo, no Sri Lanka. A colisão ocorreu por volta da 1h30 local (2h30 de Brasília).

O Dali estava fretado pela empresa de navegação Maersk no momento do incidente. "Estamos horrorizados com o que aconteceu em Baltimore, e nossos pensamentos estão com todos os afetados", afirmou a companhia dinamarquesa.

Em um comunicado, a Synergy Marine Group, que operava o navio, afirmou que todos os membros da tripulação foram localizados e nenhum está ferido. A causa da colisão ainda não foi determinada.

Segundo o jornal The New York Times, uma inspeção no Dali no ano passado identificou um defeito relacionado a "máquinas de propulsão e auxiliares" que citava medidores e termômetros. A fiscalização foi realizada no dia 27 de junho no porto de San Antonio, no Chile, de acordo com o banco de dados Equasis.

Em entrevista coletiva, o governador de Maryland, Wes Moore, afirmou que o navio perdeu a energia após sair do porto e a tripulação conseguiu notificar autoridades, que impediram o fluxo no local no momento do acidente. "Eles são heróis, salvaram vidas", disse Moore. Segundo o político, a ponte não apresentava problemas estruturais antes do acidente. Os trabalhadores desaparecidos, no entanto, teriam permanecido no local.

Em imagens do incidente, é possível ver duas aparentes panes elétricas na embarcação, cujas luzes se apagam e voltam a piscar. Também se vê fumaça saindo do fundo do navio pouco antes de ele perder o controle e se chocar contra um dos pilares da ponte, que cai em segundos. O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes disse que estava enviando uma equipe para a cidade para investigar o acidente.

"Estou ciente e a caminho do incidente em Key Bridge. O pessoal de emergência está no local e os esforços estão em andamento", disse o prefeito de Baltimore, Brandon Scott, no X. "Nunca imaginaríamos ver a ponte Key desabar assim. Parecia algo saído de um filme de ação", afirmou o político a jornalistas.

Em um comunicado em vídeo da Casa Branca, o presidente Joe Biden afirmou que a operação de resgate é a prioridade agora e que, ao que tudo indica, a colisão foi um "terrível acidente". Ele também pediu ao Congresso para apoiar os esforços financeiros para a reconstrução da ponte e disse que iria para Baltimore o mais rápido possível, mas não mencionou uma data.

Os terminais privados e públicos de Baltimore movimentaram 847.158 automóveis e caminhões leves em 2023, o maior volume dentro dos EUA. O porto também serve para escoar a produção de máquinas agrícolas, açúcar, gesso e carvão, entre outros itens, de acordo com um site do governo de Maryland.

O fechamento do local até novo aviso ameaça interromper o fornecimento de mercadorias e tem o potencial de criar gargalos e aumentar atrasos e custos no litoral nordeste do país, dizem especialistas consultados pela agência de notícias Reuters.

As autoridades também buscam alternativas para os milhares de pessoas que passavam pela ponte para suas atividades cotidianas, já que todas as pistas da estrada I-695 Key Bridge foram fechadas em ambas as direções. Segundo Wiedefeld, secretário de Transportes do estado, aproximadamente 35 mil pessoas usavam a estrutura todos os dias. A administração tem instruído a população a usar dois túneis próximos.

A ponte colapsada foi batizada em homenagem a Francis Scott Key, autor do hino dos EUA, e inaugurada em 1977. O acidente na construção pode ser o pior do tipo nos EUA desde 2007, quando a ponte I-35W, em Minneapolis, desabou no rio Mississippi, matando 13 pessoas.

Com Reuters, AFP e NYT

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