O papa Francisco irá a Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor Leste e Singapura em setembro deste ano, anunciou o Vaticano nesta sexta-feira (12). Se nenhuma outra visita do mesmo porte for agendada até lá, será a viagem mais longa desde sua eleição como pontífice, em 2013.
O giro vai acontecer entre os dias 2 e 13 de setembro e começa em Jacarta, segundo comunicado divulgado pelo diretor de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni. O Vietnã, que havia sido ventilado como um possível destino durante a viagem de quase duas semanas por Ásia e Oceania, não foi mencionado.
Caso nenhuma outra visita ocorra nesse período, será a primeira viagem ao exterior do papa em um ano —um grande desafio para o argentino de 87 anos. A última jornada internacional do líder católico foi em setembro do ano passado, em uma estadia de dois dias em Marselha, na França. Em novembro, ele desistiu de uma viagem para a COP28, em Dubai, por causa de uma inflamação pulmonar.
O anúncio acontece apenas alguns dias depois de a saúde de Francisco voltar a ser motivo de preocupação. Na Sexta-feira Santa, em 29 de março, o pontífice teve de cancelar na última hora sua participação na Via Crúcis. Dias antes, no Domingo de Ramos, ele também não teve condições de pronunciar a homilia prevista.
A viagem é ambiciosa para o líder da Igreja Católica, pois envolve mais de 30 horas de voo, uma diferença de fuso de oito horas e uma série de encontros e missas.
A Indonésia, país com a maior população muçulmana do mundo, afirmou nesta sexta em comunicado que a visita importa "não apenas para os católicos, mas também para todas as comunidades religiosas". Os 8 milhões de católicos do país representam cerca de 3% dos habitantes totais.
Timor-Leste, uma ex-colônia portuguesa ocupada pela Indonésia entre 1975-1999, é o único país predominantemente católico da Ásia ao lado das Filipinas. Já em Singapura, os católicos representam cerca de 7% da população com 15 anos ou mais, segundo um censo de 2020, enquanto em Papua-Nova Guiné, cerca de 26% são católicos, de acordo com relatório de liberdade religiosa do Departamento de Estado dos EUA.
Primeiro papa do chamado Sul Global, o grupo não formal de países em desenvolvimento, Francisco tem como uma das prioridades de seu pontificado ampliar o alcance à Ásia. Ele também manifestou o desejo de viajar ao seu país natal, a Argentina, que não visita desde sua eleição, há 11 anos.
A agenda do pontífice este ano também prevê viagens pela Itália. Ele deve visitar Veneza, em 28 de abril, Verona, em 18 de maio, e Trieste, em 7 de julho. Ainda há uma visita à Bélgica, sem confirmação de data, mas que deve acontecer na segunda metade de setembro.
Desde sua eleição, o pontífice fez 44 viagens ao exterior.
Apesar de uma cirurgia abdominal em 2023, Francisco continua trabalhando em um ritmo acelerado no Vaticano, onde às vezes recebe até dez pessoas em uma única manhã. Nos últimos meses, ele tem sofrido intermitentemente com o que o Vaticano descreve como resfriado, bronquite e gripe. Ele também precisa de uma cadeira de rodas ou de uma bengala para se locomover devido a um problema no joelho
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