Descrição de chapéu Irã

Presidente do Irã é enterrado em sua cidade natal após cortejo acompanhado por milhares de pessoas

Corpo de Raisi, morto em queda de helicóptero, foi levado para Mashhad; autoridades se preparam para eleição em junho

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Dubai | Reuters

O presidente Ebrahim Raisi foi enterrado em sua cidade natal, Mashhad, na quinta-feira (23), enquanto milhares de pessoas lotavam as ruas para seu funeral, quatro dias depois de sua morte em uma queda de helicóptero, mostraram imagens transmitidas pela mídia iraniana.

Outras sete pessoas morreram no incidente, inclusive Hossein Amirabdollahian, ministro das Relações Exteriores. O corpo de Raisi foi levado para Mashhad após cerimônias em Teerã e outros municípios do país nas quais milhões de pessoas prestaram suas homenagens.

A imagem captura uma vista aérea de uma manifestação massiva, com uma multidão que preenche as ruas entre edifícios urbanos. Os participantes, muitos dos quais vestidos de preto, carregam bandeiras e faixas enquanto marcham juntos em solidariedade. A densidade da multidão sugere a importância e a escala do evento.
População iraniana em luto comparece em massa ao funeral do presidente Ebrahim Raisi em sua cidade natal, Mashhad - Hossein Moameri/Fars News Agency

Em sua cidade natal, a multidão desfilou pela avenida que leva ao mausoléu de Iman Reza, local sagrado no Irã e reverenciado pelos muçulmanos xiitas por abrigar os restos mortais do líder religioso Ali al Rida, do século 9º.

O caixão de Raisi foi transportado em um caminhão no qual estava escrito: "Eu vim, ó rei, me dê abrigo", um lema que faz alusão ao oitavo imã xiita, Reza.

O prefeito da cidade, Mohammad Reza Qalandar Sharif, afirmou que três milhões de pessoas participaram da procissão. Não há estimativas de público independentes.

O chanceler Amirabdollahian foi enterrado ao sul de Teerã, no santuário de Shah Abdolazim, um mausoléu onde políticos e artistas iranianos notáveis são sepultados.

Iranianos carregam o caixão em que está o corpo de Ebrahim Raisi durante cerimônia em Mashhad, no Irã - Sadegh Nikgostar/Fars - 23.mai.24/AFP

Os funerais reuniram multidões imensas na tradição dos grandes eventos ocorridos no Irã desde a revolução islâmica de 1979.

O Irã proclamou cinco dias de luto por Raisi, que implementou as políticas linha-dura de seu mentor, o aiatolá Ali Khamenei, o líder supremo do país, com o objetivo de fortalecer o poder clerical, reprimir opositores e adotar uma diplomacia de confronto com o Ocidente em vários temas, como o do programa nuclear iraniano.

Raisi, 63, era amplamente visto como um nome para suceder Khamenei, que tem 85 anos e saúde frágil, embora não haja manifestação do regime sobre o assunto. O primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, assumiu a Presidência de forma interina até as eleições, marcadas para 28 de junho.

Agora as autoridades, especialmente o presidente interino, vão se concentrar na organização das eleições presidenciais. Por enquanto, ninguém declarou publicamente sua intenção de substituir Raisi. O prazo para apresentar candidaturas será aberto em 30 de maio e a campanha eleitoral começará em 12 de junho.

O cargo de ministro das Relações Exteriores será ocupado por Ali Bagheri, até então adjunto do chanceler e principal negociador do programa nuclear iraniano.

Antes do enterro de Raisi, na quarta-feira, uma multidão encheu o centro de Teerã para prestar homenagem ao presidente, celebrado como um mártir após sua morte.

À tarde, ocorreu uma cerimônia de homenagem com a presença de líderes de outros países do Oriente Médio, norte da África e Ásia, incluindo o presidente da Tunísia, Kais Saied, e o emir do Qatar, Tamim ben Hamad al Thani.

Como reflexo das tensas relações entre Teerã e o Ocidente, nenhum país da União Europeia estava representado entre as cerca de 60 delegações internacionais presentes na capital iraniana.

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