Descrição de chapéu guerra israel-hamas palestina

Brasil e outros 141 países reconhecem Palestina como Estado; veja lista completa

Reivindicação alcançou novo marco com o anúncio de que Espanha, Noruega e Irlanda vão legitimar Estado

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Paris | AFP

O movimento de reconhecimento da Palestina teve uma vitória nesta quarta-feira (22), depois de Espanha, Irlanda e Noruega anunciarem que vão se juntar a três quartos dos países do mundo, incluindo o Brasil, que legitimam a existência do Estado no Oriente Médio.

Segundo a Autoridade Palestina, que governa parcialmente a Cisjordânia ocupada, 142 dos 193 países-membros da ONU já o reconhecem. O anúncio das três nações europeias rompe com a política apoiada por Estados Unidos, Canadá, a maioria dos países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Um homem conduz uma motocicleta com caçamba por uma estreita rua urbana, ladeado por cartazes políticos e retratos de líderes. A cena captura a interseção da vida diária com a presença constante da política em um ambiente urbano.
Homem dirige tuk-tuk passando por retratos do falecido presidente palestino Yasser Arafat (ao centro, morto em 2004) e do ex-chefe de segurança do Fatah em Gaza Mohammed Dahlan (à dir.), no campo Burj al-Barajneh de Beirute, para refugiados palestinos - Oseph Eid - 15.mai.24/AFP

Confira abaixo, em ordem alfabética, a lista completa dos 142 Estados-membros da ONU que reconhecem o Estado da Palestina. O Ministério palestino das Relações Exteriores considera ainda a Santa Sé (Vaticano), que não é um Estado-membro das Nações Unidas, e Malta, país europeu que oficialmente ainda não reconheceu o status dos palestinos. Esta relação não inclui ainda Espanha, Irlanda e Noruega.

  1. Afeganistão

  2. África do Sul

  3. Albânia

  4. Angola

  5. Antígua e Barbuda

  6. Arábia Saudita

  7. Argélia

  8. Argentina

  9. Azerbaijão

  10. Bahamas

  11. Bahrein

  12. Bangladesh

  13. Barbados

  14. Belarus

  15. Belize

  16. Benin

  17. Bolívia

  18. Bósnia

  19. Botsuana

  20. Brasil

  21. Brunei

  22. Bulgária

  23. Burkina Fasso

  24. Burundi

  25. Butão

  26. Cabo Verde

  27. Camboja

  28. Cazaquistão

  29. Chade

  30. Chile

  31. China

  32. Chipre

  33. Colômbia

  34. (ilhas) Comores

  35. Congo

  36. Coreia do Norte

  37. Costa do Marfim

  38. Costa Rica

  39. Cuba

  40. Djibuti

  41. Dominica

  42. Egito

  43. El Salvador

  44. Emirados Árabes Unidos

  45. Equador

  46. Eslováquia

  47. Essuatíni (antiga Suazilândia)

  48. Etiópia

  49. Filipinas

  50. Gabão

  51. Gâmbia

  52. Gana

  53. Geórgia

  54. Granada

  55. Guatemala

  56. Guiana

  57. Guiné

  58. Guiné-Bissau

  59. Guiné Equatorial

  60. Haiti

  61. Honduras

  62. Hungria

  63. Iêmen

  64. Índia

  65. Indonésia

  66. Irã

  67. Iraque

  68. Islândia

  69. Jamaica

  70. Jordânia

  71. Kuwait

  72. Laos

  73. Lesoto

  74. Líbano

  75. Libéria

  76. Líbia

  77. Madagascar

  78. Malásia

  79. Maláui

  80. Maldivas

  81. Mali

  82. Marrocos

  83. (ilhas) Maurício

  84. Mauritânia

  85. México

  86. Moçambique

  87. Mongólia

  88. Montenegro

  89. Namíbia

  90. Nepal

  91. Nicarágua

  92. Níger

  93. Nigéria

  94. Omã

  95. Papua Nova Guiné

  96. Paquistão

  97. Paraguai

  98. Peru

  99. Polônia

  100. Qatar

  101. Quênia

  102. Quirguistão

  103. República Centro-Africana

  104. República Democrática do Congo

  105. República Dominicana

  106. República Tcheca

  107. Romênia

  108. Ruanda

  109. Rússia

  110. Santa Lúcia

  111. São Cristóvão e Névis

  112. São Tomé e Príncipe

  113. São Vicente e Granadinas

  114. Senegal

  115. Serra Leoa

  116. Sérvia

  117. Seychelles

  118. Síria

  119. Somália

  120. Sri Lanka

  121. Sudão

  122. Sudão do Sul

  123. Suécia

  124. Suriname

  125. Tadjiquistão

  126. Tailândia

  127. Tanzânia

  128. Timor Leste

  129. Togo

  130. Trinidad e Tobago

  131. Tunísia

  132. Turcomenistão

  133. Turquia

  134. Ucrânia

  135. Uganda

  136. Uruguai

  137. Uzbequistão

  138. Vanuatu

  139. Venezuela

  140. Vietnã

  141. Zâmbia

  142. Zimbábue

Relembre abaixo marcos da reivindicação do Estado palestino.

1988: Arafat proclama o Estado palestino

Em 15 de novembro de 1988, o líder palestino Yasser Arafat proclamou unilateralmente um Estado palestino independente com Jerusalém como capital. Naquele momento, acontecia a Primeira Intifada, levante da população contra a ocupação israelense.

Arafat fez o anúncio em Argel, capital da Argélia, durante uma reunião do Conselho Nacional Palestino no exílio. Na ocasião, o órgão adotou como objetivo a solução de dois Estados —um israelense e um palestino. Poucos minutos depois, o país africano que sediava o encontro reconheceu oficialmente o Estado palestino.

Em poucas semanas, dezenas de países, incluindo a China, a Índia, a Turquia e a maioria dos Estados árabes seguiram a Argélia. A eles se somaram quase todos os países africanos e nações do bloco soviético.

Um homem idoso com cabelos brancos e óculos, vestindo um terno escuro e gravata, fala ao microfone com expressão séria e pensativa. Ele parece estar em um evento formal, com uma audiência atenta ao fundo, onde uma mulher observa com interesse a cena.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, falando na inauguração da reunião especial do Fórum Econômico Mundial (FEM), em Riad, Arábia Saudita - Wang Haizhou - 28.abr.24/Xinhua

O Brasil se juntou ao grupo só em dezembro de 2010, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então no final de seu segundo mandato, enviou uma carta a Mahmoud Abbas, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), reafirmando o reconhecimento do Estado de acordo com as fronteiras existentes antes da Guerra de 1967, quando Israel deu início à anexação de territórios palestinos.

A medida de Lula foi seguida por decisões semelhantes em Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Peru e Uruguai. Na América Latina, Venezuela, Cuba, Nicarágua e Costa Rica já o tinham feito e Colômbia, Honduras e El Salvador também aderiram.

2012: um pé na ONU

Sob a liderança de Mahmoud Abbas, a Autoridade Palestina lançou uma ofensiva diplomática nos órgãos internacionais.

A Unesco foi a primeira organização multilateral da ONU a abrir as portas aos palestinos, em 2011. A iniciativa gerou indignação em Israel e Estados Unidos, que abandonaram a entidade, embora Washington tenha retornado em 2023.

Em uma votação histórica em novembro de 2012, a Assembleia-Geral da ONU votou a favor da concessão aos palestinos de um status de Estado Observador Permanente nas Nações Unidas. A medida abriu caminho para a adesão ao TPI (Tribunal Penal Internacional) em 2015 e permitiu a abertura de investigações sobre as operações militares israelenses nos Territórios Palestinos.

Estados Unidos e Israel novamente criticaram a decisão.

2014: a decisão pioneira da Suécia

Em 2014, a Suécia, onde vive grande parte da comunidade palestina, tornou-se o primeiro país a reconhecer a Palestina enquanto membro da União Europeia. Seis outros países europeus já tinham adotado esta política antes de integrarem o bloco econômico: Bulgária, Chipre, Hungria, Polônia, República Tcheca e Romênia.

2024: um novo impulso na Europa

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão seguir os passos da Suécia, uma decisão que rompe com a concepção de que o reconhecimento do Estado Palestino está atrelado a um processo de paz com Israel.

Em março, Eslovênia e Malta já haviam declarado que estavam dispostos a reconhecer o Estado "quando surgirem as circunstâncias adequadas". Dois meses depois, no dia 9 de maio, o governo esloveno adotou um decreto para a legitimação da Palestina, e o Parlamento deve se pronuncia no dia 13 de junho.

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