Descrição de chapéu França

Polícia da França mata homem armado que tentava incendiar sinagoga

Com maior comunidade judaica da Europa, país vê aumento de atos antissemitas desde o início da guerra Israel-Hamas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris | AFP

A polícia francesa matou nesta sexta-feira (17) um homem armado acusado de tentar atear fogo a uma sinagoga em Rouen, no noroeste do país, em mais um caso associado ao antissemitismo na França.

Às 6h45 locais (1h45 de Brasília), os policiais "constataram a presença de um indivíduo no teto da sinagoga com uma barra de ferro em uma mão e com uma faca de cozinha na outra, gritando palavrões para os agentes", disse o promotor de Rouen, Frédéric Teillet. De acordo com Teillet, já havia fumaça saindo pelas janelas do local, que fica no centro histórico da cidade.

Bombeiros uniformizados em pé, em frente a uma sinagoga, identificável pelas estrelas de Davi na lateral do templo
Bombeiros em frente a uma sinagoga na cidade francesa de Rouen, na região da Normandia, onde a polícia matou um homem armado que tentava incendiar o templo - Lou Benoist/AFP

O homem teria, então, arremessado uma barra de ferro e saltado do telhado. Em seguida, ele teria corrido em direção a um policial e o ameaçado com a faca.

Depois de vários alertas, o agente ameaçado "teria disparado cinco vezes, atingindo o indivíduo", de acordo com o promotor, que considerou a atitude uma legítima defesa.

Segundo a presidente da comunidade judaica de Rouen, Natacha Ben Haïm, os livros da Torá que estavam na sinagoga não foram afetados.

A Justiça abriu duas investigações: uma por incêndio contra um local de culto e "violência voluntária" (similar ao crime de lesão corporal dolosa) contra funcionários públicos, e a segunda pela morte do homem.

O agressor, cujo nome e nacionalidade não foram confirmados pelas autoridades, foi identificado devido a um cartão da rede de transporte público de Rouen. Segundo o Le Monde, ele seria argelino e teria feito um pedido de visto de residência na França. A solicitação teria sido recusada e, na sequência, o homem teria sido alvo de uma ordem de expulsão do país, contra a qual teria apresentado recurso.

A França, que tem a maior comunidade judaica da Europa, registrou um aumento dos atos antissemitas desde o início da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em resposta ao ataque executado em 7 de outubro de 2023 pela facção terrorista Hamas.

No início de maio, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, anunciou que o número de atos antissemitas cresceu 300% no primeiro trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023.

Em Paris, o Memorial do Holocausto foi vandalizado na terça-feira (14) em outro ato descrito pelas autoridades como antissemitismo. As paredes amanheceram com pichações de mãos vermelhas, um símbolo controverso usado em manifestações pró-Palestina e que faz referência ao sangue derramado na Faixa de Gaza. "Condeno esses atos indescritíveis da maneira mais veemente possível", disse a prefeita da cidade, Anne Hidalgo, que exigiu a investigação do caso.

Na plataforma X, Ariel Weil, subprefeito da região central de Paris, onde ocorreu o ato de vandalismo, publicou fotografias de outros lugares com as mesmas pichações, incluindo creches e escolas. Ele disse que os atos de vandalismo ocorreram a poucos dias do aniversário da maior prisão em massa de judeus na França durante a Segunda Guerra Mundial, em 16 e 17 de julho de 1942.

Em nota mencionada pelo site francês Le Figaro, o memorial manifesta "indignação com o ato covarde e odioso" e diz que uma queixa foi apresentada à polícia. "Estamos agindo contra a intolerância e a ignorância em um momento em que a história do genocídio está sendo confundida e explorada."

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.