Descrição de chapéu China

Filipinas responde a Pequim e eleva tensão no mar do Sul da China

Local é disputado há anos pelos dois países; leia edição da newsletter China, terra do meio

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Igor Patrick
Washington

Esta é a edição da newsletter China, terra do meio desta terça-feira (25). Quer recebê-la toda semana no seu email? Inscreva-se abaixo.

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr, declarou que o país não busca "instigar guerras", mas "não cederá a potências estrangeiras" em clara referência aos recentes incidentes com a guarda costeira chinesa no mar do Sul da China.

Os chineses proibiram militares filipinos de repararem um posto avançado no banco de areia de Ayungi. No dia 18, forças chinesas feriram oficiais da marinha filipina, após atacarem dois barcos militares com facões, machados e martelos. Um militar filipino perdeu o polegar direito durante o confronto.

Em discurso aos 80 militares envolvidos na operação que resultou no incidente, Marcos enfatizou o desejo de resolver questões pacificamente e elogiou os oficiais por "lidarem com as provocações chinesas com contenção".

Ele declarou que pretende lidar com as disputas territoriais de forma pacífica, mas que as Filipinas devem "continuar a exercer as nossas liberdades e direitos em apoio ao interesse nacional, de acordo com o direito internacional".

Navio da Guarda Costeira chinesa, ao fundo, acompanha barcos de pesca filipinos ancorados perto de Scarborough Shoal - Ted Aljibe - 21.set.23/AFP

Em 2016, a Corte Permanente de Arbitragem do Tribunal Internacional de Justiça, uma instituição chancelada pela ONU, respondeu favoravelmente às Filipinas. Declarou que Pequim não tem base legal para reclamar "direitos históricos" sobre a maior parte das águas no mar do Sul da China. Os chineses rejeitaram a decisão à época.

Por que importa: os eventos recentes trouxeram tensão à região. Manila tem um tratado de defesa mútua com os EUA desde 1951. Se invocado, Washington poderia se envolver nas disputas, militarizando o mar do Sul da China. Por hora, as Filipinas têm descartado ativar o tratado, temendo instabilidade.

Pare para ver

Reprodução

"Comércio de Permuta Sino-Filipino", arte do falecido cartunista filipino Hugo Yuzon, um dos mais famosos pintores do país. Seu estilo é marcado por cores vivas e texturas. Leia mais sobre ele aqui.


O que também importa

★ A dona do TikTok está colaborando com a Broadcom para desenvolver um processador avançado de inteligência artificial. Segundo a Reuters, o chip seria construído com a arquitetura de 5nm, tecnologia que a China ainda não domina. O projeto também estaria sendo conduzido para atender as restrições de exportação impostas pelo governo Biden em 2022. A ByteDance não se manifestou sobre a notícia.

★ Onze nadadores envolvidos em um escândalo de doping foram selecionados pelo Comitê Olímpico chinês e estarão nas Olimpíadas de Paris. Os atletas, incluindo os medalhistas olímpicos Zhang Yufei e Wang Shun, testaram positivo para o uso de trimetazidina meses antes dos jogos em Tóquio em 2021. A substância é usada para tratar condições cardíacas como a angina e é banida por aumentar o fluxo sanguíneo e dar vantagem competitiva a atletas. A Agência Mundial Antidoping aceitou as explicações da China, que alegou contaminação involuntária em um hotel onde a equipe esteve hospedada.

★ Canadá estuda seguir EUA e União Europeia no aumento de tarifas sobre carros elétricos chineses. A vice-premiê e ministra das Finanças do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou que o país vai abrir um período de consultas de um mês para "examinar práticas comerciais de Pequim no setor de veículos elétricos". Freeland afirmou que o setor automobilístico nacional estava "enfrentando concorrência desleal da política intencional de excesso de capacidade na China". Ottawa estuda aumentar os impostos sobre o produto a partir de agosto.


Fique de olho

O investimento estrangeiro direto na China caiu 28,2% nos primeiros cinco meses de 2024, totalizando ¥ 412,5 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 307 bi) em comparação ao mesmo período em 2023, segundo dados do Ministério do Comércio chinês.

  • O resultado expande uma sequência de quedas que já dura 12 meses consecutivos e sinaliza dificuldades de investidores no cenário de tensões geopolíticas com Ocidente;
  • Apesar da queda, o Ministério do Comércio declarou na segunda (24) que "as expectativas e confiança dos investidores estrangeiros estão estáveis".

Mesmo com a redução nos investimentos, quase 22 mil empresas foram estabelecidas com capital estrangeiro no país até maio, um montante 17,4% maior do que o registrado em 2023.


Para ir a fundo

  • Estão abertas as inscrições para o 8º Seminário Pesquisar China Contemporânea que será organizado por pesquisadores da Unicamp entre os dias 1 e 4 de outubro. O evento será híbrido e aberto a alunos, pesquisadores, professores e à comunidade em geral. As inscrições e submissões de trabalhos vão até o dia 18 de julho. Informações aqui. (gratuito, em português)
  • A Faculdade de Economia da Universidade Autônoma do México abriu inscrições para o curso "Entendendo a China", com duração de 40 horas ao longo de 10 sábados a partir de agosto. Os encontros serão realizados por Zoom e as inscrições podem ser feitas aqui. (pago, em espanhol)
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