Descrição de chapéu Eleições no México

AMLO defende eleição de Sheinbaum como a mais limpa da história do México

Atual presidente diz que oposição tem direito de contestar resultados, mas pede que 'respirem fundo'

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AFP

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, defendeu nesta terça-feira (4) as eleições presidenciais realizadas no domingo (2) como as mais limpas da história, diante das acusações dos opositores de uma suposta interferência de seu governo.

"Foi a eleição mais limpa e mais livre que já existiu na história, possivelmente desde a eleição de Francisco Madero", afirmou AMLO, como é conhecido o incumbente do Palácio Nacional, em uma entrevista coletiva.

Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, realiza entrevista coletiva após eleições presidenciais, no Palácio Nacional - Henry Romero - 3.jun.24/Reuters

Padrinho político de Claudia Sheinbaum, a grande vencedora da eleição, AMLO acrescentou que a coalizão de partidos que apoiaram a senadora Xóchitl Gálvez tem o direito de contestar os resultados, mas pediu que eles respirem fundo para tentar entender o que aconteceu. "É muito importante fazer autocrítica, é muito importante saber como retificar, é sábio mudar de ideia. Vivemos em um país livre e não temos nada a temer."

Xóchitl rapidamente reconheceu a derrota para Sheinbaum, governista que assumirá o comando do México em 1º de outubro. Contudo, a candidata da oposição anunciou na segunda-feira (3) que a coalizão de partidos que a apoiaram apresentaria contestações contra as eleições pelo suposto uso do aparato estatal em favor de sua rival.

"Estávamos enfrentando uma competição desigual contra todo o aparato estatal dedicado a favorecer seu candidato. Apresentaremos os desafios que provam isso", escreveu Xóchitl em sua conta no X.

Na perspectiva de Xóchitl e de seus aliados, a oposição enfrentou uma competição desigual contra todo o aparato do Estado dedicado a favorecer Sheinbaum. Eles apontam ainda que o crime organizado marcou presença ameaçando e inclusive assassinando aspirantes a candidatos.

A coalizão que Xóchitl integra, formada pelos três partidos mais antigos do México —PRI, PAN e PRD—, afirma com frequência que os cartéis de narcotráfico têm relação com o governo de AMLO, porém não há provas.

O PAN (Partido de Ação Nacional) reiterou nesta terça a contestação da eleição porque, em sua perspectiva, "foi uma eleição de Estado". "O presidente interveio diretamente, violando repetidamente a Constituição e a lei eleitoral", disse o líder do partido conservador, Marko Cortés, em um comunicado.

Qualquer desacordo nas eleições deve ser resolvido perante os órgãos eleitorais, sendo o tribunal federal especializado a instância final que qualifica a validade das eleições.

Sheinbaum obteve cerca de 60% dos votos e, a partir de 1º de outubro, será oficialmente a primeira mulher eleita presidente no México e a oitava na América Latina. Ela também será a primeira pessoa com ascendência judaica a ocupar a chefia do Executivo mexicano, além de já ter se tornado a candidata mais votada na história do país, com 32,7 milhões de votos.

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