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Ataques suicidas do nordeste da Nigéria deixam ao menos 18 mortos, dizem autoridades locais

Atentados ocorreram em casamento, funeral e hospital; 19 pessoas estão gravemente feridas

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Kano (Nigéria) | AFP

Ataques suicidas em Gwoza, cidade no nordeste da Nigéria a cerca de 720 quilômetros da capital, Abuja , deixaram pelo menos 18 mortos, incluindo crianças e mulheres grávidas, informaram serviços locais de emergência neste sábado (29).

Os atentados, que aconteceram em um casamento, um funeral e um hospital, não foram reivindicados por nenhuma organização, mas lembram o modus operandi do grupo armado islâmico Boko Haram, que tem forte presença nessa região do país, perto da fronteira com Camarões.

Soldados do Exército da Nigéria na Escola Secundária Feminina do Governo de Chibok, no estado de Borno, em 2016 - Stefan Heunis - 25.mar.2016/AFP

O primeiro ataque ocorreu à tarde durante um casamento, quando uma agressora, que carregava um bebê nas costas, detonou explosivos no meio de um banquete, disse o porta-voz policial do estado de Borno, Nahum Kenneth Daso à agência de notícias AFP.

Barkindo Saidu, chefe dos serviços locais de emergência, disse em um relatório que 19 pessoas ficaram gravemente feridas e foram levadas de ambulância para a capital regional, Maiduguri. "As lesões incluem rupturas abdominais, fraturas de crânio e fraturas de membros", segundo o documento.

Durante as orações fúnebres pelas vítimas do atentado no casamento, outra terrorista "se lançou sobre a congregação e detonou outro artefato, matando muitas pessoas", segundo o relatório. Pouco depois, disse Saidu no relatório, um adolescente provocou outra explosão nas imediações do hospital geral da cidade.

Um membro da milícia anti-jihadista que apoia o Exército na região disse que dois de seus colegas e um soldado morreram em outro atentado contra um posto de segurança.

A região lida há anos com a violência. O estado de Borno, onde fica Gwoza, é um dos locais mais afetados pelas ações do Boko Haram, que, segundo a ONG Human Rights Watch, já deslocaram mais de 2 milhões de pessoas do nordeste do país desde o início da atuação da facção, em 2009.

No último abril, o sequestro de 276 meninas pelo grupo terrorista em uma escola secundária em Chibok, cidade majoritariamente cristã no nordeste da Nigéria, completou dez anos. O caso extrapolou as fronteiras e virou uma campanha global pela libertação das garotas.

Desde então, a Nigéria foi palco de novos ataques do tipo pelo grupo jihadista, alguns maiores do que aquele de 2014. A crise de segurança fez com que os sequestros deixassem, inclusive, de ser exclusividade do Boko Haram.

No começo deste ano, a prática voltou a crescer. Apenas em uma semana de março, ao menos 564 pessoas foram sequestradas, segundo a agência da ONU para os direitos humanos.

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