Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Brasileira ferida em bombardeio no Líbano já respira sem ajuda de aparelhos, diz tio

Fatima Boustani está estável e conversou com familiares, segundo Jihad Azzam; um dos filhos dela teve alta

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São Paulo

A brasileira ferida em um bombardeio no sul do Líbano no último sábado (1º), Fatima Boustani, já respira sem ajuda de aparelhos e conversou com familiares, afirmou seu tio, Jihad Azzam, nesta segunda-feira (3).

"Fatima está respirando sem aparelhos hoje e está totalmente consciente. Ela conversou conosco, mas ainda está na UTI", disse Azzam à Folha. Ainda de acordo com ele, os dois filhos da brasileira que também foram atingidos no ataque aéreo estão estáveis.

Fatima Boustani, 30, brasileira ferida em bombardeio no sul do Líbano - Acervo pessoal

Zahraa, 10, que passou por uma operação bem-sucedida na perna, saiu da UTI neste domingo (2) e ainda está hospitalizada, enquanto Ali, 9, que havia sofrido ferimentos leves, foi liberado nesta segunda.

"Graças a Deus, os três estão saudáveis", afirmou Azzam.

Boustani passou por uma cirurgia no próprio sábado (1º), quando teve um ferimento na cabeça após um bombardeio atingir a casa da família em Saddikine, cidade perto da fronteira com Israel e a cerca de 100 quilômetros de Beirute. A região convive com troca de agressões entre Israel e Hezbollah desde o início da guerra entre Tel Aviv e Hamas na Faixa de Gaza —a facção palestina recebe ajuda do grupo extremista libanês.

Em nota no domingo (2), o Itamaraty condenou o episódio envolvendo os brasileiros, mas evitou atribuir expressamente a responsabilidade a Israel. "O episódio ocorreu no contexto de ataques das Forças Armadas israelenses, no sul do Líbano, e do Hezbollah, no norte de Israel", afirmou a pasta.

Desde que a guerra eclodiu, no início de outubro, ataques entre Tel Aviv e Hezbollah na fronteira levantam preocupações sobre um possível alastramento do conflito pela região. Segundo um balanço da agência de notícias AFP, cerca de 450 pessoas morreram no Líbano, incluindo 80 civis, desde o início da guerra. Do lado israelense, pelo menos 14 soldados e 11 civis morreram, de acordo com o Exército.

No sábado, Tel Aviv afirmou em nota que havia bombardeado mais de 40 alvos militares em território libanês nas 72 horas anteriores. Os alvos, de acordo com o Exército, eram "infraestruturas onde operam terroristas do Hezbollah, bem como lançadores usados para atacar Israel".

À AFP, uma pessoa do Comitê Islâmico de Saúde, vinculado ao Hezbollah, afirmou que 16 crianças entre 4 e 14 anos foram levadas ao hospital devido a ferimentos dos ataques aéreos. Já a agência oficial de imprensa do Líbano, a ANI, disse que um ataque israelense tinha deixado sete pessoas feridas em Siddikine. As informações não puderam ser verificadas de forma independente.

No domingo, Azzam disse que o quadro de Boustani havia melhorado e era estável, após ela perder sangue pela cabeça e pelos pulmões na véspera devido aos ferimentos. Mesmo assim, um médico da família recomendou a transferência da brasileira para outro hospital de maior infraestrutura, segundo ele.

"O médico não especificou um prazo para isso, mas a orientação foi de transferi-la quando o estado dela se estabilizasse, para que ela pudesse ser transportada de ambulância e receber o tratamento necessário", disse Azzam na ocasião. "Estamos em contato com hospitais de nível superior em Beirute e aguardamos a sua admissão."

Nesta segunda, ele afirmou que uma reunião agendada entre funcionários da Embaixada do Brasil em Beirute e a equipe médica não aconteceu por questões de segurança. "Mas, para ser honesto, o embaixador está em contato constante conosco, o tempo todo", disse.

Segundo funcionários do Itamaraty, uma eventual transferência depende da evolução do quadro de Boustani, atualmente estável, e da avaliação dos profissionais de saúde responsáveis pelo caso. No momento, o entendimento é o de que o hospital que a atende é adequado. Já Azzam diz que a família vai tentar transferi-la para um centro de saúde mais equipado quando for possível.

Com AFP

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