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Justiça absolve 28 acusados no caso dos Panama Papers

Escritório de advocacia foi acusado de lavar dinheiro de famosos e líderes mundiais; sócios da firma estão entre os beneficiados pela decisão judicial

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Cidade do Panamá | AFP

Um tribunal do Panamá absolveu nesta sexta-feira 28 pessoas acusadas de lavagem de dinheiro relacionadas ao extinto escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, epicentro do escândalo internacional dos Panama Papers, informou o órgão judicial.

Entre as pessoas beneficiadas estão os fundadores do escritório, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca, este morto em 9 de maio em um hospital panamenho.

O advogado panamenho Ramón Fonseca, morto em maio deste ano - STR/Telemetro Panama - 4.abr.16/AFP

Durante o julgamento, realizado na Cidade do Panamá, a promotoria pediu 12 anos de prisão para Mossack e Fonseca, a pena máxima por lavagem de dinheiro.

No entanto, a juíza Baloisa Marquínez considerou que as provas coletadas nos servidores do escritório de advocacia "não cumpriram a cadeia de custódia" e não permitiram "ter certeza de sua autenticidade e integridade".

"Adicionalmente, a juíza determinou que o restante das provas não eram suficiente e conclusivo para determinar a responsabilidade penal dos acusados", diz o comunicado.

O escândalo dos Panama Papers veio à tona em abril de 2016, resultado de uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ. A série de reportagens analisou milhões de documentos e revelou que a Mossack Fonseca, com sede no Panamá, auxiliou líderes mundiais, celebridades e atletas a ocultar propriedades e lucros para sonegar impostos ou lavar dinheiro.

O esquema funcionava por meio da criação de empresas de fachada, registradas pelo escritório de advocacia no Panamá. Elas eram usadas para abrir contas bancárias em vários países e, assim, ocultar dinheiro —em alguns casos, provenientes de fontes ilícitas, como tráfico de armas e drogas.

Entre os líderes mundiais envolvidos estavam o presidente da Rússia, Vladimir Putin; o ex-premiê da Islândia Sigmundur David Gunnlaugsson; o ex-presidente do Paquistão Nawaz Sharif; o então primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, hoje ministro das Relações Exteriores; e o ex-presidente da Argentina Mauricio Macri. Também apareceram na investigação nomes como o jogador de futebol Lionel Messi, o ator Jackie Chan e o diretor Pedro Almodóvar.

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