Descrição de chapéu Hungria LGBTQIA+

Milhares protestam contra políticas anti-LGBTQIA+ de Orbán em parada na Hungria

País comandado por ultradireitista incluiu na Constituição que casamento é a união entre homem e mulher

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Brasília

Milhares de húngaros celebraram a parada anual LGBTQIA+ em Budapeste, neste sábado (22), em evento marcado por protestos contra medidas do governo ultradireitista do primeiro-ministro Viktor Orbán.

No poder desde 2010, Orbán é responsável por uma agenda cristã-conservadora e, em 2021, baniu conteúdos considerados pró-LGBTQIA+ para menores de 18 anos, apesar de protestos de organizações e da União Europeia. À época, o premiê criticou o que chamou de "promoção da homossexualidade".

A parada anual LGBTQIA+ de Budapeste, na Hungria
Multidão participa de parada anual LGBTQIA+ em Budapeste, na Hungria - Marton Monus/Reuters

Na parada deste sábado, o público carregou bandeiras de arco-íris e dançou pelas ruas da capital húngara. "É muito importante estar aqui para mostrar que nós existimos e que importamos", disse Anna Reti, 30, que participou da marcha em Budapeste, acrescentando que muitos LGBTQIA+ húngaros são discriminados e hostilizados todos os dias.

"Por exemplo, eu saí na rua outro dia com uma pessoa que usava acessórios de arco-íris, e as pessoas ficaram nos encarando", disse.

O casamento gay não é reconhecido na Hungria e apenas casais heterossexuais podem adotar crianças legalmente. O governo de Orbán modificou a Constituição para definir o casamento como a união entre um homem e uma mulher.

Em 2021, o governo disse que a lei tinha a intenção de proteger crianças, não de atingir a comunidade LGBTQIA+, mas a mudança foi rechaçada por pessoas gays, bissexuais e transgêneros do país.

No ano passado, alguns vendedores foram multados por venderem livros que retratavam a homossexualidade e que não estavam embrulhados em plástico, como a lei obriga.

Em novembro, um diretor de museu foi demitido após a instituição permitir que menores de 18 anos visitassem uma exposição da World Press Photo com conteúdo LGBTQIA+.

Antes da parada deste sábado, as embaixadas de 35 países, entre eles os Estados Unidos e a Alemanha, pediram ao governo da Hungria que protegesse os direitos LGBTQIA+ e derrubasse leis que discriminam os integrantes da comunidade.

Um dos participantes do evento foi o embaixador dos EUA, David Pressman. Ele afirmou à imprensa que a marcha está em consonância com as tradições do país. "Esta é uma nação magnífica com uma rica história de pessoas que se levantaram e lutaram por liberdade", afirmou.

Com Reuters

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