Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Retaliação de Israel contra ataque às Colinas de Golã aumenta tensões com Líbano

População local de vilarejo atingido é contra controle de israelense sobre território disputado desde 1967; Netanyahu é recebido com protestos

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São Paulo

Drones israelenses atingiram uma estrada isolada no sul do Líbano, aumentando as tensões na região, enquanto o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, prometeu uma "retaliação dura" ao ataque com foguetes no sábado (27) contra as Colinas de Golã, território sírio anexado pelos israelenses, que resultou na morte de 12 pessoas.

A imagem mostra uma grande multidão reunida em um funeral, com várias pessoas vestindo roupas escuras. No centro, há múltiplos caixões brancos, cercados por pessoas que parecem estar prestando homenagens. Muitos dos presentes usam chapéus ou turbantes vermelhos, e a atmosfera é de luto e respeito.
Pessoas de luto cercam os caixões de dez dos 12 jovens mortos em ataque de foguete em Majdal Shams, nas Colinas de Golã, um dia antes - Jalaa Marey - 28.jul.24/AFP

Tel Aviv responsabiliza o Hezbollah pela ofensiva ocorrida dois dias antes. O grupo, que controla parte do Líbano, tem intensificado os ataques contra o Estado judeu desde o início da guerra na Faixa de Gaza em solidariedade ao Hamas —ambas as milícias são apoiadas pelo Irã.

O Hezbollah nega, no entanto, ter sido responsável pelo bombardeio, que matou crianças e adolescentes de 10 a 16 anos na cidade de Majdal Shams.

Israel reagiu. O ataque a drones em uma estrada do Líbano nas primeiras horas desta segunda deixou dois homens mortos, de acordo com o jornal inglês The Guardian, com informações da agência estatal libanesa. A ofensiva ainda teria ferido outras três pessoas.

As Forças de Defesa de Israel justificaram o ataque dizendo que haviam abatido um drone que voava em direção ao território israelense, o que teria disparado alarmes na região norte da Galileia.

Várias companhias aéreas suspenderam seus voos para o Líbano nesta segunda, e as iniciativas diplomáticas se multiplicam para aplacar a tensão entre Israel e o Hezbollah.

De acordo com o jornal israelense Haaretz, cerca de 200 pessoas em Majdal Shams, onde houve o ataque de sábado, protestaram contra a visita de Netanyahu, que coincidiu com o enterro de um dos mortos. O primeiro-ministro foi recebido aos gritos de "saia, assassino" e "este homem não entrará aqui".

"Estas crianças são nossas crianças", disse Netanyahu em visita ao vilarejo que, assim como as Colinas de Golã como um todo, é disputado por israelenses e sírios. "O Estado de Israel não vai e não pode permitir que isso aconteça. Nossa resposta virá e será severa."

O vilarejo de Majdal Shams é controlado por Tel Aviv desde 1967, quando o Estado judeu tomou Golã durante a Guerra dos Seis Dias —um movimento não reconhecido pela comunidade internacional.

Mas a maioria dos 11 mil habitantes do local, pertencentes ao grupo étnico druso, de língua árabe, é contra a ocupação israelense.

Os incidentes aumentaram as preocupações de que meses de hostilidades transfronteiriças entre Israel e o fortemente armado Hezbollah possam se transformar em uma guerra mais ampla e destrutiva.

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse que qualquer ataque israelense ao Líbano teria "consequências sérias" para Israel.

Tel Aviv deseja enfraquecer o Hezbollah sem desencadear uma guerra total no Oriente Médio, afirmaram dois oficiais israelenses nesta segunda. A declaração, em condição de anonimato, foi feita enquanto as forças do país se preparavam para retaliar o ataque em Majdal Shams.

Outros dois oficiais israelenses disseram que Israel se prepara para alguns dias de combates, mas não deram mais informações sobre os planos para retaliação. Segundo um dos militares, a resposta do país não deverá provocar uma "guerra total".

O bombardeio do fim de semana atingiu um campo de futebol onde havia muitos menores de idade. Além dos 12 mortos —número que fez do ataque o mais letal contra Israel desde o de 7 de outubro de 2023—, várias pessoas ficaram feridas devido à ofensiva, segundo as autoridades locais.

Dez dos mortos foram sepultados no domingo (28) em Majdal Shams e em Ein Quniya, também nas Colinas de Golã.

Ainda no domingo, o governo de Israel autorizou Netanyahu a decidir quando e como reagiria ao ataque atribuído ao Hezbollah. O país fez um ataque aéreo contra o sul do Líbano na mesma data, mas não foram divulgadas informações sobre vítimas.

Com AFP

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