Descrição de chapéu Irã

Irã enforca 29 pessoas em um dia, afirma ONG de direitos humanos

Iran Human Rights, que acusa o regime de usar pena de morte para repressão política, afirma que 26 foram executados na mesma penitenciária

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Paris | AFP

O Irã enforcou, nesta quarta-feira (7), 29 pessoas que haviam sido condenadas por crimes como assassinato, narcotráfico ou estupro, anunciou a ONG Iran Human Rights (IHR), sediada na Noruega.

Segundo a entidade, 26 foram mortos em uma execução coletiva na prisão de Ghezel Hesar, em Karaj, e os outros três foram executados em um segundo centro penitenciário da mesma cidade.

Mural em um prédio de Teerã exibe os rostos do líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini, e do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei - Majid Asgaripour - 20.mai.2024/West Asia News Agency via Reuters

Outros grupos de defesa dos direitos humanos, como a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos e o Centro pelos Direitos Humanos no Irã, ambos sediados nos Estados Unidos, confirmaram a execução de pelo menos 20 pessoas em Karaj.

A nação persa é a segunda no ranking das que mais executam pessoas no mundo, ficando atrás apenas da China, de acordo com dados da Anistia Internacional. Este ano, o Irã cumpriu condenações à morte de 313 pessoas, afirmou o IHR.

O que chama a atenção na execução desta quarta é a quantidade de pessoas em um só dia —um enforcamento coletivo como esse não ocorria desde 2009, segundo a organização.

"Sem uma resposta imediata da comunidade internacional, centenas de pessoas podem ser vítimas da máquina de matar da República Islâmica nos próximos meses", disse o diretor dessa ONG, Mahmud Amiry-Moghaddam.

Ativistas pelos direitos humanos acusam o Irã de usar a pena de morte como um método de intimidação política, especialmente após os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, em 2022. A jovem curda de 22 anos morreu sob custódia do regime após ser presa por supostamente violar o código de vestimenta feminina, o que levou milhares de pessoas às ruas do país.

Na véspera, as autoridades já haviam executado uma pessoa condenada no âmbito dos protestos na prisão de Kermanshah, a oeste do país. A região, de maioria curda, foi um dos epicentros do movimento.

Segundo o órgão de imprensa do sistema judicial Mizan Online, o executado, Gholamreza Rasaei, foi condenado pelo assassinato, em novembro de 2022, de um coronel da Guarda Revolucionária do Irã.

Ele foi morto em segredo, sem que seus parentes ou advogado fossem informados, e sua família foi obrigada a enterrar o corpo em uma área remota e longe de sua casa, segundo a Anistia Internacional.

A ONG afirma que a sentença se baseou em uma confissão obtida sob tortura e disse que a execução evidencia a determinação de Teerã em "usar a pena de morte como uma ferramenta de repressão política para semear o medo na população".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.