Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Israel mata líder do Hamas no sul do Líbano enquanto aguarda ataque do Irã

Teerã prometeu retaliação contra Tel Aviv pelo assassinato de Ismail Haniyeh em território iraniano no último dia 31

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São Paulo

Um ataque aéreo de Israel matou nesta sexta-feira (9), no sul do Líbano, um dos líderes do grupo terrorista palestino Hamas, contra o qual Tel Aviv está em guerra na Faixa de Gaza. O bombardeio aconteceu próximo à cidade portuária de Sidon e teve como alvo Samer al-Hajj, que trabalhava no campo de refugiados palestinos Ain al-Hilweh.

A morte de al-Hajj, que foi atingido em um carro, acontece em um momento de tensões ainda mais acirradas no Oriente Médio. No último dia 31, uma ofensiva atribuída a Israel em Teerã, a capital do Irã, matou o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, e o país persa prometeu retaliação contra Tel Aviv —desde então, o Estado judeu vem se preparando para um ataque cuja natureza pode definir se haverá uma escalada em direção a uma guerra generalizada.

Fumaça é vista na cidade de Kfar Hamam depois de um bombardeio israelense contra a localidade no sul do Líbano - Rabih Daher - 9.ago.24/AFP

Em abril, depois que um ataque israelense matou um militar iraniano na embaixada do país na Síria, Teerã fez a maior ofensiva contra Israel em anos, disparando foguetes e drones, mas a forma telegrafada da ação permitiu que a maioria deles fosse interceptada e não causasse danos ou mortes. Caso o Irã escolha agir de forma mais assertiva desta vez, a resposta israelense poderia gerar uma reação em cadeia imprevisível, afirmam analistas.

Além da destruição e mortes causadas em Gaza, que teve como estopim o ataque terrorista de 7 de outubro, Israel vem bombardeando o Líbano há meses, mirando posições da milícia libanesa Hezbollah e integrantes do Hamas que se encontram naquele país. O Hezbollah retalia com foguetes, drones e disparos de artilharia contra o norte de Israel.

A maior parte dos combates acontece na fronteira entre os dois países, mas Israel vem fazendo mais ataques no coração do território libanês para eliminar líderes do Hamas e do Hezbollah. Um bombardeio nos arredores da capital, Beirute, matou no dia 2 de janeiro o comandante do grupo palestino Saleh Aruori, enquanto outro ataque, no último dia 30, vitimou o chefe militar do Hezbollah, Fuad Shukr.

A morte de Shukr ocorreu horas antes do assassinato de Haniyeh em Teerã. O líder do Hamas foi morto depois que uma bomba plantada havia meses em uma casa segura do regime iraniano foi detonada, de acordo com o jornal americano The New York Times. O incidente foi entendido como um vexame para as forças de segurança do Irã, e o aiatolá Ali Khamenei ordenou um ataque contra Israel que ainda não foi realizado.

Nessa sexta, um líder da Guarda Revolucionária do Irã disse à imprensa local que o país está preparado para "punir fortemente" Israel. "As ordens do líder supremo em relação à vingança pelo sangue do mártir Ismail Haniyeh foram claras e explícitas, e serão implementadas da melhor forma possível", disse Ali Fadavi.

Questionado nesta sexta sobre as declarações de Fadavi, o porta-voz da Casa Branca John Kirby disse que os Estados Unidos estão preparados para defender Israel, e que têm uma série de recursos na região para fazê-lo. "Quando ouvimos retórica como esta, precisamos levar a sério", afirmou.

Washington deve entregar em breve a Israel US$ 3,5 bilhões, ou cerca de R$ 19 bilhões, em armas e equipamento militar, de acordo com uma reportagem da emissora CNN. O dinheiro foi aprovado pelo Congresso americano em abril —na ocasião, o valor disponibilizado pelos EUA para o aliado foi de US$ 14 bilhões, o que significa que outros US$ 10,5 bilhões ainda serão entregues a Tel Aviv.

Com Reuters

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