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Diretora da maior penitenciária do Equador é assassinada a tiros

Trata-se do 2º atentado contra autoridades de segurança em 10 dias; país foi assolado por onda de violência no começo do ano

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São Paulo

Assolado por uma onda de terror no começo do ano, o Equador vem registrando novos episódios de violência nos últimos dias. A diretora de uma penitenciária em Guayaquil, a maior do país e palco dos piores massacres entre presos, foi assassinada a tiros nesta quinta-feira (12), segundo a imprensa local. Há dez dias, outro diretor de uma prisão, este localizado em Lago Agrio, no norte, também foi morto.

María Daniela Icaza Resabala era diretora do presídio conhecido como Penitenciária do Litoral. De acordo com o jornal equatoriano Primicias, ela estava em um veículo que foi interceptado por criminosos e morta a sangue frio no bairro de Pascuales, norte de Guayaquil. Outra pessoa que a acompanhava ficou ferida.

Membros das Forças Armadas patrulham ruas no centro de Quito após presidente Daniel Noboa reconhecer "conflito armado interno" no Equador, em janeiro - Stringer - 10.jan.23/AFP

Álex Guevara, por sua vez, era diretor do Centro de Reabilitação Social Sucumbíos e também foi morto em um ataque armado.

Os assassinatos remetem à grave crise de segurança que provocou pânico em janeiro deste ano, quando a fuga de um líder de uma facção criminosa de um presídio desencadeou motins, ataques contra a imprensa, explosões de carros-bomba e pelo menos vinte mortes.

Na ocasião, o governo do presidente Daniel Noboa decretou um estado de emergência em todo o país por 90 dias e declarou conflito armado interno. Ele ordenou que os militares combatessem cerca de vinte gangues criminosas com vínculos com cartéis do México e da Colômbia, a quem chamou de terroristas.

Em resposta à crise, o presidente também organizou um plebiscito no qual buscava respaldo popular à militarização da segurança e a outras medidas controversas, como a extradição de equatorianos para outros países. O governo saiu vitorioso do referendo.

O Equador, localizado entre os dois maiores produtores mundiais de cocaína, a Colômbia e o Peru, tornou-se um ponto estratégico disputado por facções criminosas de vários países nos últimos anos, o que aumentou a violência. No ano passado, os homicídios subiram para o recorde de 47 para cada 100 mil habitantes —em 2018, eram 6 a cada 100 mil.

O governo Noboa afirma que, graças à ofensiva contra o crime organizado, os homicídios estão diminuindo. De janeiro a setembro deste ano foram registrados 4.236 assassinatos, enquanto no mesmo período do ano passado foram 5.112, segundo dados do Ministério do Interior.

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