O Nelita é delicado. Na entrada de burrata com tomate, macadâmia e azeite de menta. No prato de agnolotti com queijo de cabra, alho negro e favo de mel. Na sobremesa de petit-four com ganache.
É delicado na apresentação da comida, sem que isso que lhe tire a identidade italiana, restando claro que a proposta não é oferecer receitas muito tradicionais.
Delicado no ambiente, de mesas confortáveis, num visual rústico-chique, com parede de tijolinhos com reboco e sala que permite visão ampla do restaurante e da preparação das porções.
Delicado na escolha da música, com prevalência de mulheres nas caixas de som. Ouvem-se Sarah Menescal, Lila Frascara, Karen Souza. Mulheres, seis, também dominam a cozinha.
Delicado no sistema de reservas, detalhista a ponto de já separar os clientes de acordo com o tamanho da mesa e o tipo de cardápio (menu-degustação ou pedidos à la carte), além de exigente em relação à garantia de pagamento e ao horário de chegada.
Delicado no formato das louças. Na explicação dada para cada prato e no atendimento ao longo do jantar —embora pudesse dispensar, vale dizer, a indelicada e importada pretensão de cobrar pelo serviço mais do que 10% do valor da conta.
Eleito melhor restaurante da cidade pelo júri de O Melhor de São Paulo, o Nelita foi aberto durante a pandemia e desde logo virou frequentador de listas de premiações. Está localizado num canto do bairro de Pinheiros que se firmou nos últimos anos como epicentro de novidades da gastronomia paulistana.
Nelita
R. Ferreira de Araújo, 330, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 3798-9827, @nelita.restaurant
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