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Boulos e Nunes lideram com números modestos

Segundo o Datafolha, cerca de metade do eleitorado de SP prefere outras opções; debate precisa ser melhor que o de 2020

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Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo - Marlene Bergamo/Folhapress/Secom

A pouco mais de quatro meses do primeiro turno das eleições municipais, nenhum dos principais pré-candidatos em São Paulo demonstra especial vigor nas intenções de voto apuradas pelo Datafolha.

Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (29), Guilherme Boulos (PSOL), com 24%, e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), com 23%, seguem empatados, na margem de erro, como ocorreu em março, quando obtinham marcas maiores, de 30% e 29%, respectivamente —há dois meses, a relação de postulantes era diferente.

Em cenário alternativo também considerado agora, com dois nomes a menos na lista, a disputa no topo pouco se altera: Nunes passa a ter 26%, e Boulos, os mesmos 24%.

Nas duas hipóteses da sondagem, portanto, cerca de metade do eleitorado paulistano tem outra preferência, ainda está indeciso ou não pretende votar em ninguém. Nesse vasto contingente, as intenções são bastante pulverizadas.

No rol mais amplo de pré-candidatos, os mais bem posicionados, muito atrás dos líderes, são José Luiz Datena (PSDB, 8%), Tabata Amaral (PSB, 8%) e Pablo Marçal (PRTB, 7%) —todos consideravelmente abaixo do índice de votos em branco e nulos, de 13%.

Quando se excluem Datena, um contumaz desistente de eleições, e Kim Kataguiri (União Brasil, 4%), Tabata e Marçal passam aos 9%, e brancos e nulos, a 15%.

Se quiser analisar os números com um viés otimista, Boulos, apoiado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), verá a confirmação de sua ascensão à esquerda na maior cidade do país, onde já disputou o segundo turno em 2020 —ou pode torcer para que a rejeição de 61% a nomes apoiados por Jair Bolsonaro (PL) contamine seu principal rival.

Já Nunes, que assumiu a prefeitura três anos atrás com a morte de Bruno Covas (PSDB), conseguiu se fazer mais conhecido dos paulistanos e equilibrar as avaliações de sua gestão de 2022 para cá. Ademais, sua taxa de rejeição, de 24%, é inferior à do psolista, de 32%, o que em tese constitui vantagem num segundo turno.

Há muito a ocorrer na disputa, porém. As convenções partidárias para a oficialização de candidaturas só terão início em 20 de julho, e a propaganda no rádio e na televisão, em 16 de agosto. Ainda não se tem ideia de como se comportarão os eleitores de candidatos derrotados na primeira votação.

Os postulantes devem à população um debate mais qualificado sobre as prioridades municipais que o do pleito passado, realizado no período atípico da pandemia. Para tanto, os programas de governo das forças locais precisam ter mais peso e consistência do que as bandeiras ideológicas de seus padrinhos políticos nacionais.

editoriais@grupofolha.com.br

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