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Arnaldo Niskier

As ilusões da inteligência artificial

Governo, Justiça e Congresso têm de agir para que se arme rede urgente de proteção

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Arnaldo Niskier

Doutor em educação, é professor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e presidente honorário do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro (CIEE-RJ)

A cada dia cresce o número de novidades em torno da inteligência artificial. Já se sabe que se trata de uma inovação que veio para ficar, mas também há dúvida de que está a exigir uma série de cuidados necessários. Há equívocos em torno da sua aplicação e os estudiosos estão debruçados na matéria, como se vê no noticiário dos jornais.

Golpes são aplicados com o emprego da ferramenta. Áudios e vídeos fraudulentos são criados com o emprego da IA. Voz e imagem podem ser simuladas. A esse fenômeno chamamos de deepfakes. Ofertas mirabolantes devem ser descartadas, se o indivíduo não quiser ter aborrecimentos sérios. Espera-se que o governo, a Justiça e o Congresso ajam com a rapidez devida, para que se arme uma rede urgente de proteção.

O incrível é que a IA já sabe o que o aluno vai errar numa prova. A IA não vai substituir os médicos, mas pode reduzir as filas e melhorar os diagnósticos, reduzindo drasticamente o que se sabe sobre a saúde das pessoas. Esses algoritmos, por exemplo, no Hospital Albert Einstein de São Paulo, começaram a funcionar há três anos. Os seus qualificados médicos, por meio da IA generativa, são capazes de criar imagens, vídeos e softwares. Há dez anos seria possível pensar nessa possibilidade?

Insistimos no ponto de que a IA, ao lado da criação de oportunidades de emprego, provocará sem dúvida uma certa destruição de postos de trabalho. Um fator deve ser sempre considerado: a IA avançará de forma competente na medida em que melhorarmos a qualidade da educação. E o que se vê no Brasil? A tão falada reforma do ensino médio, por exemplo, sofre tropeços e não avança de jeito nenhum. O que aumenta, lamentavelmente, é o número dos que se incorporam à chamada geração nem-nem, ou seja, dos que nem estudam, nem trabalham. Isso trará consequências nefastas para o nosso desenvolvimento. Como aperfeiçoar o nosso comportamento no PIB, desse jeito?

Dado Ruvic/Reuters

Segundo o pensamento do cientista Albert Einstein, "a inteligência não é a capacidade de armazenar informações, mas de saber onde encontrá-las". É a verdade com que hoje se trabalha para implementar a inteligência artificial. Já o especialista brasileiro Miguel Nicolelis costuma afirmar que "os algoritmos podem andar e fazer coisas, mas não são inteligentes por definição". Para avançar no assunto, devemos partir de que ponto?

É certo que a ciência está diante de novos caminhos. A escolha será dos cientistas, que dividirão conhecimento e habilidade para evoluir nos seus estudos e conclusões, driblando os óbices que se interporão nos caminhos existentes.

É preciso saber o que chamaremos futuramente de "IA da Meta." Será um chatbot que interagirá diretamente com os usuários nas redes das empresas. O sistema responderá a perguntas. O chatbot está sendo treinado para responder às perguntas mais populares que as empresas recebem no WhatsApp. De alguma forma, a ferramenta facilitará o acesso a compras, aproveitando o sucesso do uso do Pix.

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