O governo prepara o lançamento de um pacote de incentivos para a retomada da produção de carros populares no Brasil —modelos compactos, com motor 1.0 e que custem entre R$ 50 mil e R$ 60 mil. O plano prevê medidas em toda a cadeia e inclui redução de impostos, linhas de crédito para a indústria e ações para facilitar o financiamento de veículos.
O governo aposta no programa para estimular a produção e o consumo no país. O setor automotivo convive com ociosidade na linha de montagem, juros altos que travam a demanda e estoques mais cheios do que o desejado.
Os detalhes do pacote ainda vão ser definidos, mas o Planalto estuda condicionar parte dos benefícios à eficiência energética, mirando também modelos com preço acima de R$ 60 mil que sejam menos poluentes.
As emissões de carbono são justamente um dos pontos de contestação ao programa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —que assumiu com muitas promessas ambientais. Os impactos às cidades, que enfrentam sistemas viários travados e dificuldades de mobilidade, também são apontados como problemas. Outros questionamentos são econômicos, com isenções a um setor historicamente privilegiado no Brasil, em um momento em que o Planalto tenta aprovar uma nova regra fiscal e fazer a conta fechar.
O Café da Manhã desta quarta (24) fala da dimensão que o setor de automóveis tem no Brasil e analisa os planos do governo para além da indústria: pelos aspectos sociais, ambientais e urbanísticos. O podcast entrevista Roberto Andrés, doutor em urbanismo pela USP e professor da Universidade Federal de Minas Gerais.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Laila Mouallem e Priscila Camazano. A edição de som é de Thomé Granemann.
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