Para João Santana, as eleições mais polarizadas do Brasil ainda estão por vir, e a esquerda não pode deixar o bolsonarismo monopolizar as críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O marqueteiro recebeu a Folha em Salvador para uma entrevista depois de quase três anos sem manifestações públicas.

Na visão dele, a política tem se desenhado em novas configurações, com polos mais bem delineados e mais distantes um do outro. É a esse cenário, inclusive, que ele atribui a derrota que viveu no ano passado, quando trabalhou com Ciro Gomes (PDT), quarto colocado no pleito presidencial.

Santana foi responsável por campanhas vitoriosas do PT em momentos adversos da legenda, como a reeleição de Lula em meio ao escândalo do mensalão, em 2006, e a recondução de Dilma Rousseff em 2014, em meio a desgastes políticos e com uma crise no horizonte —ele diz que não sabia do real cenário da economia então e que teria feito uma campanha "menos ufanista e poliana".

Preso no âmbito da Operação Lava Jato em 2016, junto com a mulher e sócia, Mônica Moura, o marqueteiro não acredita que o tema da corrupção esteja encerrado e avalia que a própria Lava Jato ainda é assunto inconcluso.

O Café da Manhã desta segunda (22) conversa com o repórter da Folha Joelmir Tavares, que esteve em Salvador na semana passada para entrevistar Santana. Ele conta bastidores da conversa e detalha análises que o marqueteiro fez da trajetória e da política atual.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores, Gustavo Simon e Angela Boldrini, com produção de Laila Mouallem e Priscila Camazano. A edição de som é de Raphael Concli.