A morte a tiros de um candidato presidencial na quarta-feira (9) em Quito chamou a atenção para a espiral da violência baseada na expansão do narcotráfico que atinge países da América Latina —e, no caso equatoriano, levou a uma crise política profunda.
O assassinato de Fernando Villavicencio foi reivindicado por supostos integrantes da facção criminosa Los Lobos, que alegaram que o político não teria cumprido um acordo com o grupo. A autenticidade da gravação não foi confirmada, e, em um segundo vídeo, acabou contestada por homens que também afirmam ser da facção.
Segundo a polícia, os seis suspeitos presos pela morte são colombianos —um sétimo foi morto em uma troca de tiros depois do ataque. As investigações continuam enquanto o país aguarda a eleição: o presidente Guillermo Lasso decretou estado de exceção e manteve o pleito marcado para o dia 20.
A segurança já era tema central da campanha, e isso deve ser reforçado. Analistas veem potencial de crescimento para candidatos com discurso linha-dura contra a criminalidade. A postura tem como inspiração o exemplo de El Salvador, onde as políticas de Nayib Bukele, cercadas de denúncias de autoritarismo e violações de direitos humanos, são populares.
O Café da Manhã desta sexta-feira (11) discute a violência política ligada à expansão do narcotráfico na América Latina e analisa se o assassinato no Equador pode ser usado pra endossar políticas radicais de segurança. O episódio entrevista Thiago Vidal, diretor de análise política para a América Latina da consultoria Prospectiva.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gustavo Simon e Magê Flores, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Raphael Concli.
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