O presidente Michel Temer começa nesta semana a desenhar o mapa de substitutos dos ministros que deixarão seus cargos no início de abril para disputar as eleições.
Os titulares das pastas e seus partidos já têm indicados para apresentar ao Palácio do Planalto. A lista inclui até nomes envolvidos em denúncias de corrupção.
Além de ter que decidir o que fazer com os Ministérios do Trabalho e da Indústria —hoje chefiados por interinos— e com o novo Ministério da Segurança, Temer terá que escolher quem vai assumir outras 13 pastas que ficarão vagas a partir de 7 de abril, prazo para a desincompatibilização.
Raul Jungmann deve ser deslocado nesta semana da Defesa para o novo Ministério da Segurança Pública.
Nos próximos dez meses, terão novo comando devido às eleições: Esporte, Desenvolvimento Social, Turismo, Integração Nacional, Relações Exteriores, Saúde, Educação, Ciência e Comunicações, Transportes, Meio Ambiente e Minas e Energia. A Fazenda também pode passar por uma troca, se Henrique Meirelles for candidato à Presidência.
"A ideia é que os partidos que hoje têm uma influência nos ministérios mantenham essas influências, até porque estamos contentes com o trabalho de todos. Os partidos serão ouvidos", diz o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), responsável pela articulação política.
Sob reserva, um líder pondera que, se realmente for disputar a reeleição, o presidente pode resolver prestigiar os partidos que se comprometerem a apoiá-lo.
Como a maioria dos parlamentares pretende disputar as eleições, a tendência é que os novos ministros tenham perfil mais técnico, apesar do contorno político das indicações dos partidos.
É o que deve acontecer, por exemplo, no Ministério do Esporte. O titular, Leonardo Picciani (MDB-RJ), quer fazer o secretário-executivo, Fernando Avelino, seu sucessor.
No rol de políticos que podem ser indicados aparece o deputado Jones Martins (MDB-RS), nome defendido na bancada do partido na Câmara para substituir o correligionário Osmar Terra (RS) no Desenvolvimento Social.
A lista de possibilidades do PR para substituir Maurício Quintella (AL) nos Transportes traz três nomes que figuraram no noticiário recente por causa de denúncias.
O ex-deputado Bernardo Santana (MG) apareceu em uma lista de contribuições ilegais feitas pela Odebrecht.
O senador Wellington Fagundes (MT) depôs à Polícia Federal no inquérito que investiga se um decreto assinado por Temer beneficiou empresas da área de portos. Fagundes é apontado como interlocutor do presidente junto ao setor.
Outro nome é o da ex-vice-presidente da Caixa Deusdina dos Reis Pereira. Investigada por tráfico de influência, ela foi absolvida por três votos a dois pela Comissão de Ética da Presidência.
NOVA ESPLANADA
O que deve mudar nos ministérios de Temer
EM ABERTO
> Trabalho - Está sem titular há quase dois meses, com a saída de Ronaldo Nogueira (PTB-RS) e a polêmica indicação de Cristiane Brasil (PTB-RJ), questionada na Justiça
NOVO
> Segurança Pública - Bandeira primordial de Temer, ideia ganhou força com a onda de violência vivida pelo Rio. Raul Jungmann deve ser anunciado como titular nesta segunda-feira (26)
DÚVIDA
> Fazenda - Henrique Meirelles (PSD-SP) articula sua candidatura à Presidência, mas ainda não anunciou decisão
SAEM DEVIDO ÀS ELEIÇÕES
> Esporte - Leonardo Picciani (MDB-RJ)
> Desenvolvimento Social - Osmar Terra (MDB-RS)
> Turismo - Marx Beltrão (MDB-AL)
> Integração Nacional - Helder Barbalho (MDB-PA)
> Relações Exteriores - Aloysio Nunes (PSDB-SP)
> Saúde - Ricardo Barros (PP-PR)
> Educação - Mendonça Filho (DEM-PE)
> Ciência e Comunicações - Gilberto Kassab (PSD-SP)
> Transportes - Maurício Quintella (PR-AL)
> Defesa - Raul Jungmann (PPS-PE)
> Meio Ambiente - Sarney Filho (PV-MA)
> Minas e Energia - Fernando Coelho Filho (sem partido-PE)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.