Padilha assumirá Ministério do Trabalho após saída de Yomura

Antigo titular foi afastado pelo STF por causa de investigação que o associa a esquema de fraudes

Brasília

O ministro Eliseu Padilha acumulará o comando da Casa Civil com o Ministério do Trabalho. Ele ocupará a pasta interinamente após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de afastar Helton Yomura do cargo, sob suspeita de irregularidades.

A nomeação de Padilha foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União, na noite desta quinta-feira (5), que também oficializou a saída de Yomura.

O então titular pediu demissão nesta quinta sob suspeita de ter ligação com um esquema de fraudes na liberação de registros sindicais. De acordo com o documento, o chefe da Casa Civil vai comandar interinamente o Trabalho "sem prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa".

O governo manteve silêncio sobre o que faria com o comando do ministério até a noite desta quinta. O presidente Michel Temer foi informado durante a tarde que o ministro afastado oficializaria sua demissão. O tema foi levado ao Palácio do Planalto pelo líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO).

O parlamentar se reuniu com o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) para comunicar que o PTB colocaria o Ministério do Trabalho à disposição do governo

Marun também é suspeito de envolvimento no esquema de fraude. A Polícia Federal chegou a pedir autorização para realizar busca e apreensão em endereços ligados ao ministro, mas a solicitação não foi corroborada pelo Ministério Público e não obteve autorização judicial. Ele nega as acusações e se disse vítima de uma "conspiração asquerosa".

O nome de Padilha foi escolhido após uma série de conversas realizadas durante a tarde. Houve dúvida sobre quem assumiria a pasta interinamente, já que o secretário-executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo José Arantes, foi preso em junho.

A equipe jurídica do governo analisou a possibilidade de algum dos outros quatro secretários ocupar o cargo. De acordo com assessores de Temer, os nomes foram rejeitados por não passarem em um "pente-fino".

Depois de uma série de escândalos envolvendo o órgão, o governo busca agora um nome técnico para assumir em definitivo a função, tentando afastar a pasta do noticiário policial. 

Enquanto isso, Padilha vai atuar para mapear potenciais novos alvos de investigação. Segundo assessores do Planalto, a intenção é a de "limpar" a estrutura do Trabalho que ainda possa estar contaminada com as investigações da Operação Registro Espúrio.

Um dos principais aliados de Temer, Padilha também é alvo de investigações ao lado do presidente, em desdobramentos da Operação Lava Jato. 

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